Entrelaçamentos entre Histórias de Vida de Mulheres Aprisionadas: Dar a Palavra, Aguçar a Escuta
DOI:
https://doi.org/10.23899/relacult.v7i1.2058Palavras-chave:
Histórias de vida; Mulheres; Prisão; Educação; Gênero.Resumo
O presente artigo parte do seguinte questionamento: De que modos mulheres aprisionadas em Bagé contam suas histórias de vida e, ao mesmo tempo, a partir de que condições estas mesmas histórias se entrelaçam? O objetivo principal é dar voz a essas mulheres privadas de liberdade para problematizar as condições sociais e culturais que se incorporam às histórias de vida das apenadas. O caminho metodológico partiu de autobiografias, cujas escritas foram efetuadas em cadernos pelas próprias detentas e posteriormente lidas e analisadas. Tivemos a intenção de dar voz a elas através de escritas individuais, tendo em vista que a escrita é uma das vias que possibilita a reflexão sobre suas próprias vidas. A pesquisa traz desde narrativas das vidas pré-cárcere até uma análise de suas vidas, enumerando alguns fatores quanto à ineficácia e ressocialização da prisão bem como a ausência de uma educação que qualifique essas mulheres. As marcas de gênero são algo presente no decorrer de toda a discussão, uma vez que as mulheres parecem submetidas ao domínio do “mundo masculino”, traduzido nas relações de violência estabelecidas por parte dos homens, pelo abandono afetivo, financeiro e, ainda, devido ao fato das mulheres aprisionadas estarem, em sua maioria, na prisão, devido a serem levadas a traficar a partir de figuras masculinas.
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