Entrelaçamentos entre Histórias de Vida de Mulheres Aprisionadas: Dar a Palavra, Aguçar a Escuta
DOI :
https://doi.org/10.23899/relacult.v7i1.2058Mots-clés :
Histórias de vida; Mulheres; Prisão; Educação; Gênero.Résumé
O presente artigo parte do seguinte questionamento: De que modos mulheres aprisionadas em Bagé contam suas histórias de vida e, ao mesmo tempo, a partir de que condições estas mesmas histórias se entrelaçam? O objetivo principal é dar voz a essas mulheres privadas de liberdade para problematizar as condições sociais e culturais que se incorporam às histórias de vida das apenadas. O caminho metodológico partiu de autobiografias, cujas escritas foram efetuadas em cadernos pelas próprias detentas e posteriormente lidas e analisadas. Tivemos a intenção de dar voz a elas através de escritas individuais, tendo em vista que a escrita é uma das vias que possibilita a reflexão sobre suas próprias vidas. A pesquisa traz desde narrativas das vidas pré-cárcere até uma análise de suas vidas, enumerando alguns fatores quanto à ineficácia e ressocialização da prisão bem como a ausência de uma educação que qualifique essas mulheres. As marcas de gênero são algo presente no decorrer de toda a discussão, uma vez que as mulheres parecem submetidas ao domínio do “mundo masculino”, traduzido nas relações de violência estabelecidas por parte dos homens, pelo abandono afetivo, financeiro e, ainda, devido ao fato das mulheres aprisionadas estarem, em sua maioria, na prisão, devido a serem levadas a traficar a partir de figuras masculinas.
Références
ABRAHÃO, M. H. Memória, narrativas e pesquisa autobiográfica. História da Educação, ASPHE/FaF/UFPel, n. 14, p. 79-95, set. 2003.
CHIES, L. A. B.; VARELA, A. B. A Ambiguidade do Trabalho Prisional num Contexto de Encarceramento Feminino: o círculo vicioso da exclusão. In: XIII CONGRESSO BRASILEIRO DE SOCIOLOGIA. Sociedade Brasileira de Sociologia. 29 de maio a 01 de junho de 2007, UFPE, Recife (PE). GT30: Violência e Sociedade: segurança, controle e castigo. Anais... Pernambuco, 2007. Disponível em: < http://www.sbsociologia.com.br/portal/index.php?option=com_docman&task=cat_view&gid=160&Itemid=171 >. Acesso em: 17 abr. 2020.
FOUCAULT, M. A escrita de si. In: ______. Ética, sexualidade, política. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004 (Ditos & escritos V).
FOUCAULT, M. Vigiar e punir: História da Violência nas Prisões. Rio de Janeiro: Vozes, 2013.
HELPES, S. S. Mulheres na prisão: Uma reflexão sobre a relação do Estado brasileiro com a criminalidade feminina. Revista Cadernos de Estudos Sociais e Políticos, v.2, n.3, p. 160-185, jan-jul 2013.
LUKE, A. Análise do discurso numa perspectiva crítica. In: HYPOLITO, Á. M.; GANDIN, L. A. (Orgs.). Educação em tempos de incertezas. Belo Horizonte, Autêntica, 2000.
MONTERO, R. Histórias de Mulheres. Rio de Janeiro: Agir, 2008.
ONOFRE, E. M. C. O papel da escola na prisão: saberes e experiências de alunos e professores. childhood & philosophy, v.7, n. 14, p. 271-297, jul.-dez 2011.
SCOTT, J. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação & Realidade, v.20, n. 2, p. 71-99, jul./dez. 1995.
Téléchargements
Publiée
Numéro
Rubrique
Licence
(c) Copyright Juniélen Veleda Gomes, Jaqueline Lidorio de Mattia, Viviane Castro Camozzato 2021

Ce travail est disponible sous licence Creative Commons Attribution - Pas d’Utilisation Commerciale 4.0 International.
Les auteurs qui publient dans cette revue acceptent les conditions suivantes :
Les auteurs conservent les droits d’auteur de leurs œuvres et accordent à RELACult le droit de première publication. Tous les articles sont simultanément publiés sous la licence Creative Commons Attribution 4.0 International (CC BY 4.0), qui permet le partage, la distribution, la copie, l’adaptation et l’utilisation commerciale, à condition que la paternité originale soit correctement attribuée et que la première publication dans cette revue soit mentionnée.
RELACult met l’ensemble de son contenu en accès libre, augmentant ainsi la visibilité et l’impact des travaux publiés. Les informations de contact fournies dans le système de soumission sont utilisées exclusivement pour la communication éditoriale et ne seront pas partagées à d’autres fins.