Pistas acerca da constituição subjetiva da autoestima das mulheres negras no território brasileiro

Autores

  • Fernando da Silva Mancebo Universidade Federal Fluminense
  • Victória Rosa da Silva Universidade Federal Fluminense
  • Waldenilson Teixeira Ramos Universidade Federal Fluminense
  • Enzo Teixeira Soares Marinho Universidade Federal Fluminense

DOI:

https://doi.org/10.23899/v9ptw788

Palavras-chave:

Autoestima, Feminilidade, Psicanálise, Negritude, Decolonialidade

Resumo

O presente estudo propõe investigar os efeitos do racismo estrutural e da herança colonial na constituição subjetiva da população negra no território nacional. Por meio desta investigação, buscou-se fomentar um saber que contribua para a possibilidade de uma apropriação epistemológica que permita ao negro construir e tomar um discurso sobre si mesmo, ensejando, por sua vez, a potência da negritude. Para isso, empregou-se o método da revisão de literatura de obras que dialoguem com a questão relatada. Tomando como referência central o legado epistêmico de Neusa Santos, foram analisadas as marcas históricas, éticas e políticas que moldam a emocionalidade e a autoestima das mulheres negras brasileiras, destacando o cenário onde se encontra um discurso calcado no tensionamento do Eu em relação a um Ideal Branco inalcançável e adoecedor. Sobre esse contexto, coloca-se em análise o discurso colonial e como este produz sofrimento a determinado grupo social, impondo posição de “não lugar” ou diferença assimétrica, reforçando uma estrutura que enfatiza a supremacia branca e mantendo uma dinâmica social de ônus para muitos e bônus para outros.

Biografia do Autor

  • Victória Rosa da Silva, Universidade Federal Fluminense

    Graduanda de Psicologia da Universidade Federal Fluminense (UFF).

  • Waldenilson Teixeira Ramos, Universidade Federal Fluminense
    Psicólogo registrado sob o CRP 05/72529, atualmente dedicado ao mestrado em Psicologia, com ênfase na linha de pesquisa Subjetividade, Política e Exclusão Social, pela Universidade Federal Fluminense. Graduou-se em Psicologia pela mesma instituição em 2022 e está em processo de especialização nas áreas de Ciências Sociais e Ciências Políticas na Faculdade Focus. Desempenha papel ativo como pesquisador na Universidade Federal Fluminense (UFF) e no Centro Latino-Americano de Estudos em Cultura (CLAEC). Paralelamente, assume a função bolsista de pós-graduação em psicologia no projeto P.A.L.A.V.R.A. na UFF, junto a Secretaria de Educação de Niterói (RJ). Experiência profissional abrange a Psicologia Social e Saúde Mental, destacando-se em temas como ética, política, resistência, micropolítica e inclusão. O profissional está comprometido com a pesquisa e o desenvolvimento acadêmico, buscando contribuir significativamente para o campo da Psicologia.
  • Enzo Teixeira Soares Marinho, Universidade Federal Fluminense

    Graduando de Psicologia da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Referências

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Publicado

2025-07-06

Edição

Seção

Dossiê - III Decolonialidade, feminino e negritude

Como Citar

Pistas acerca da constituição subjetiva da autoestima das mulheres negras no território brasileiro. (2025). RELACult - Revista Latino-Americana De Estudos Em Cultura E Sociedade, 11(1). https://doi.org/10.23899/v9ptw788