Pistas acerca da constituição subjetiva da autoestima das mulheres negras no território brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.23899/v9ptw788Palavras-chave:
Autoestima, Feminilidade, Psicanálise, Negritude, DecolonialidadeResumo
O presente estudo propõe investigar os efeitos do racismo estrutural e da herança colonial na constituição subjetiva da população negra no território nacional. Por meio desta investigação, buscou-se fomentar um saber que contribua para a possibilidade de uma apropriação epistemológica que permita ao negro construir e tomar um discurso sobre si mesmo, ensejando, por sua vez, a potência da negritude. Para isso, empregou-se o método da revisão de literatura de obras que dialoguem com a questão relatada. Tomando como referência central o legado epistêmico de Neusa Santos, foram analisadas as marcas históricas, éticas e políticas que moldam a emocionalidade e a autoestima das mulheres negras brasileiras, destacando o cenário onde se encontra um discurso calcado no tensionamento do Eu em relação a um Ideal Branco inalcançável e adoecedor. Sobre esse contexto, coloca-se em análise o discurso colonial e como este produz sofrimento a determinado grupo social, impondo posição de “não lugar” ou diferença assimétrica, reforçando uma estrutura que enfatiza a supremacia branca e mantendo uma dinâmica social de ônus para muitos e bônus para outros.
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