Ideologias enfrentadas por um Brasil melhor e aspectos traumáticos em Palavras Cruzadas de Guiomar de Grammont
DOI:
https://doi.org/10.23899/relacult.v8i3.2271Palavras-chave:
Ditadura Militar brasileira; Guiomar de Grammont; Ideologia; Palavras cruzadas; Trauma.Resumo
Este trabalho apresenta uma análise sobre o romance Palavras Cruzadas (2015) de Guiomar de Grammont, o objetivo é observar os aspectos formais da obra e tecer relações de sentidos tanto literárias quanto históricas; destacar a interpretação que o narrador realiza sobre a última Ditadura Militar brasileira e discutir os conceitos de ideologia e de trauma, para assim, abordar o eixo central da narrativa que apresenta, a partir de uma escala que se desenvolve desde o microssistema (no nível pessoal) em direção ao macrossistema (no contexto nacional), respectivamente: uma protagonista traumatizada pelo desparecimento de seu irmão na ditadura; o qual além de ser seu irmão era filho, pai, amigo, namorado e cidadão da República Federativa do Brasil. Quer dizer, se apresenta a figura do desaparecido metaforizada em diversos papeis sociais que se viram violentados nesse período histórico e demonstra-se que o trauma é um estado psíquico que afetou não só as pessoas involucradas diretamente no conflito da guerrilha e ditadura, mas sim a todos os cidadãos, a uns de forma direta e a outros de forma indireta. Por outra parte, desde a perspectiva do significado da palavra ideologia, se incursiona pelos aspectos contraditórios dos discursos políticos e filosóficos enfrentados nesse período, em que cada ideologia política lutava por um conjunto de ideias sobre a melhor forma de governar o Estado brasileiro (de forma mais equitativa, se pressupõe); mas que sem um consenso político acabaram conduzindo o país a uma Ditadura Militar de direita. O trabalho se apoia teoricamente em autores como Aristóteles (2005), Gagnebin (2006), Laplanche (2004), Maestro (2018), entre outros.
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Referências
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