Os Huni Kuin entre o regime do seringal e o regime tutelar
DOI:
https://doi.org/10.23899/relacult.v3i3.638Palavras-chave:
Acre, Agência Indígena, Huni Kuin.Resumo
Desde fins do século XIX as populações indígenas do Acre foram tratadas como empecilho na extração da borracha, ou “ouro negro” como ficou conhecida. Os exploradores visando expulsar para longe os indígenas de seus próprios territórios e tornar estas terras colocações de seringais, organizavam expedições punitivas chamadas correrias, que consistia na matança de indígenas, com a captura de mulheres e crianças. As populações que sobreviveram a este morticínio permaneceram nos seringais como trabalhadores de um sistema que não apenas explorava a sua mão de obra, como também censurava toda forma de expressão cultural. Assim os indígenas atravessaram dois regimes o seringal, e o regime de tutela das políticas indigenistas, inicialmente como Serviço de Proteção ao Índio (SPI) e depois como Fundação Nacional do Índio (Funai). Na perspectiva do pensamento decolonial este trabalho procura evidenciar a agência indígena na superação da tutela no seringal e nas negociações políticas com a Funai que os Huni Kuin utilizaram para conquistar seu território. As fontes utilizadas são arquivos do Serviço Nacional de Informação (SNI) que pertencem ao projeto Memórias Reveladas.
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