Corpos latinos: espaços biográficos que es/barram na/da fronteira epistêmica da exterioridade

Meu corpo contém ar: da fronteira-sul

Autores

  • Marina Maura de Oliveira Noronha Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
  • Edgar Cézar Nolasco Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

DOI:

https://doi.org/10.23899/relacult.v7i4.2100

Palavras-chave:

Corpo epistêmico fronteiriço; Desobediência epistêmica; Exterioridade; Crítica biográfica fronteiriça.

Resumo

Pensar em corpo, a partir de corpo epistêmico fronteiriço, justifica-se refletir acerca uma epistemologia outra descolonial, diferente dos discursos hegemônicos coloniais/modernos, os quais geram cultura e conhecimentos de suas diferenças coloniais. Assim, a proposta basilar deste trabalho, o qual dá-se atravessado pela crítica biográfica fronteiriça (NOLASCO, 2013), recai na importância de discutir a condição de “corpos” da fronteira-sul com suas práticas epistêmicas culturais, levando-se em conta, sobretudo, uma visada traçada pela Epistemologia do Sul (SANTOS, 2009), cujos saberes partem de um lócus geoistórico, no que se refere ao lócus de onde penso e erijo meu discurso crítico latino. Neste caso, o corpo epistêmico fronteiriço, tomado como uma opção descolonial, es/barra nos projetos e nas epistemologias coloniais/modernas arraigadas nos espaços fronteiriços. Para tanto, enuncio meu discurso teórico a pensar do corpo da exterioridade, demonstrando minha desobediência epistêmica de ser, pensar e re-existir com meu discurso cultural, social, político e teórico na/da fronteira de Mato Grosso do Sul. Acerca disso, por meio de histórias locais e não globais contempladas pela sapiência moderna  objetiva-se, uma epistemologia outra da fronteira-sul que encampe as particularidades de sujeitos com seus fazeres/saberes específicos, assim como o meu/nossos “corpos” situados de onde se pensa,e que, por conseguinte, re-existem no âmbito da latinidade fronteiriça. Nesse ponto, trato com os teóricos/críticos, tais como: Gloria Anzaldúa (2007), Walter Mignolo (2017), Edgar Nolasco (2013), Bessa-Oliveira (2020), Ramón Grosfoguel (2009), Aníbal Quijano (2009), Zulma Palermo (2010) e outros que dialogam com a epistemologia contemplada.

Biografia do Autor

  • Marina Maura de Oliveira Noronha, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

    Doutoranda em Estudos de Linguagens pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul –UFMS; E-mail: marina.m.noronha@gmail.com

  • Edgar Cézar Nolasco, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

    Doutor em Literatura Comparada pela Universidade Federal de Minas Gerais –UFMG; Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil; Professor dos cursos de Graduação e Pós-Graduação nível Mestrado e Doutorado; Universidade Federal de Mato Grosso do Sul –UFMS; E-mail: ecnolasco@uol.com.br.

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Publicado

2021-04-30

Edição

Seção

Latinidades – Fórum Latino-Americano de Estudos Fronteiriços

Como Citar

Corpos latinos: espaços biográficos que es/barram na/da fronteira epistêmica da exterioridade: Meu corpo contém ar: da fronteira-sul . (2021). RELACult - Revista Latino-Americana De Estudos Em Cultura E Sociedade, 7(4). https://doi.org/10.23899/relacult.v7i4.2100