Corpos latinos: espaços biográficos que es/barram na/da fronteira epistêmica da exterioridade
Meu corpo contém ar: da fronteira-sul
DOI :
https://doi.org/10.23899/relacult.v7i4.2100Mots-clés :
Corpo epistêmico fronteiriço; Desobediência epistêmica; Exterioridade; Crítica biográfica fronteiriça.Résumé
Pensar em corpo, a partir de corpo epistêmico fronteiriço, justifica-se refletir acerca uma epistemologia outra descolonial, diferente dos discursos hegemônicos coloniais/modernos, os quais geram cultura e conhecimentos de suas diferenças coloniais. Assim, a proposta basilar deste trabalho, o qual dá-se atravessado pela crítica biográfica fronteiriça (NOLASCO, 2013), recai na importância de discutir a condição de “corpos” da fronteira-sul com suas práticas epistêmicas culturais, levando-se em conta, sobretudo, uma visada traçada pela Epistemologia do Sul (SANTOS, 2009), cujos saberes partem de um lócus geoistórico, no que se refere ao lócus de onde penso e erijo meu discurso crítico latino. Neste caso, o corpo epistêmico fronteiriço, tomado como uma opção descolonial, es/barra nos projetos e nas epistemologias coloniais/modernas arraigadas nos espaços fronteiriços. Para tanto, enuncio meu discurso teórico a pensar do corpo da exterioridade, demonstrando minha desobediência epistêmica de ser, pensar e re-existir com meu discurso cultural, social, político e teórico na/da fronteira de Mato Grosso do Sul. Acerca disso, por meio de histórias locais e não globais contempladas pela sapiência moderna objetiva-se, uma epistemologia outra da fronteira-sul que encampe as particularidades de sujeitos com seus fazeres/saberes específicos, assim como o meu/nossos “corpos” situados de onde se pensa,e que, por conseguinte, re-existem no âmbito da latinidade fronteiriça. Nesse ponto, trato com os teóricos/críticos, tais como: Gloria Anzaldúa (2007), Walter Mignolo (2017), Edgar Nolasco (2013), Bessa-Oliveira (2020), Ramón Grosfoguel (2009), Aníbal Quijano (2009), Zulma Palermo (2010) e outros que dialogam com a epistemologia contemplada.
Références
ANZALDÚA, Gloria. Borderlands/la frontera: the new mestiza. São Francisco: Aunt Lute Books, 2007.
BESSA-OLIVEIRA, Marcos Antônio. BIOGEOGRAFIAS ARTÍSTICAS COMO
EXTERIORIDADE DOS FAZERES – Corpos latinos fronteiriços. 2018 . Disponível em https://periodicos.ufms.br/index.php/cadec/issue/view/536. Acesso em 11 agosto. 2020.
BESSA-OLIVEIRA, Marcos Antônio. A arte como espaço e FronteirAção – aproximação e separação dos múltiplos atravessamentos contemporâneos. In: Revista do Departamento de História e do Programa de Pós-Graduação em História do Brasil da UFPI. Teresina, v.8, n. 2, jul/dez. 2019.
GROSFOGUEL, Ramón. “Para descolonizar os estudos de economia política e os estudos pós-coloniais”. In: SANTOS, Boaventura de Sousa, MENESES, Maria Paula (org.) Epistemologias do Sul, 2009.
MIGNOLO, Walter. Histórias locais/projetos globais: colonialidade, saberes subalternos e pensamento liminar. Tradução: Solange Ribeiro de Oliveira. 1. ed. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2003.
MIGNOLO, Walter. Desobediência epistêmica: a opção descolonial e o significado de identidade em política. Trad. De Ângela Lopes Norte. Cadernos de Letras da UFF – Dossiê Literatura, língua e identidade, n.34, p. 287-324, 2008.
MIGNOLO, Walter D.; TLOSTANOVA, Madina. “Habitar los dos lados de la fron- tera/teorizar en el cuerpo de esa experiencia”. In: Revista IXCHEL. Volúmen I, San José, Costa Rica, 2009, p. 1-22. Disponível em: http://www.revistaixchel.org/atta- chments/047_Habitar%20los%20dos%20lados%20art_%20Walter%20Mignolo. doc%29.pdf – acessado em: 30 de maio de 2013. 286
MIGNOLO, Walter. Desafios decoloniais hoje. Trad. De Marcos de Jesus Oliveira. Epistemologias do Sul, Foz do Iguaçu/PR, 1 (1), p. 12-32, 2017.
MIGNOLO, Walter D.. Histórias locais / projetos globais: colonialidade, saberes subalternos e pensamento liminar. Tradução Solange Ribeiro de Oliveira. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2020.
MENESES, Maria Paula. SANTOS, Boaventura de Sousa. Introdução. In: SANTOS, Boaventura de Sousa; MENESES, Maria Paula. (org.). Epistemologias do sul. São Paulo: Cortez, 2010, p. 15-27.
MENESES, Maria Paula. Corpos de violência, Linguagens de Resistência: as complexas teias de conhecimentos no Moçambique contemporâneo. In: SANTOS, Boaventura de Sousa; MENESES, Maria Paula. (org.). Epistemologias do sul. São Paulo: Cortez, 2010, p. 177-214.
NOLASCO, Edgar Cézar. Perto do coração selbaje da crítica fronteriza. São Carlos: Pedro&João Editores, 2013.
NOLASCO, Edgar Cézar. Descolonizando a pesquisa acadêmica: uma teorização sem disciplinas, 2018, p. 01-34.
NOLASCO, Edgar Cézar. Por uma gramática pedagógica da fronteira-sul. Cadernos de estudos culturais, Campo Grande, MS, v. 1, p. 9-29, jan./jun. 2019. Disponível em: https://periodicos.ufms.br/index.php/cadec/article/view/9688. Acesso em: 20 abr. 2020.
NOLASCO, Edgar Cézar. O jardim das fronteiras. São Paulo: Intermeios, 2020. PESSANHA, Juliano Garcia. Recusa do não-lugar. São Paulo: Editora UBU, 2018.
QUIJANO, Anibal. Colonialidade do poder e classificação social In: SANTOS, Boaventura de Sousa; MENESES, Maria Paula (orgs). Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, 2009.
SANTOS, Boaventura de Sousa. S. O fim do império cognitivo: a firmação das epistemologias do Sul. Belo Horizonte: Editora Autêntica, 2019.
Téléchargements
Publiée
Numéro
Rubrique
Licence
(c) Copyright Marina Maura de Oliveira Noronha 2021

Ce travail est disponible sous licence Creative Commons Attribution - Pas d’Utilisation Commerciale 4.0 International.
Les auteurs qui publient dans cette revue acceptent les conditions suivantes :
Les auteurs conservent les droits d’auteur de leurs œuvres et accordent à RELACult le droit de première publication. Tous les articles sont simultanément publiés sous la licence Creative Commons Attribution 4.0 International (CC BY 4.0), qui permet le partage, la distribution, la copie, l’adaptation et l’utilisation commerciale, à condition que la paternité originale soit correctement attribuée et que la première publication dans cette revue soit mentionnée.
RELACult met l’ensemble de son contenu en accès libre, augmentant ainsi la visibilité et l’impact des travaux publiés. Les informations de contact fournies dans le système de soumission sont utilisées exclusivement pour la communication éditoriale et ne seront pas partagées à d’autres fins.