Caminhar e corresponder ao mundo: notas sobre a experiência Guarani em terra de branco.

Autores

  • Fernando Carreira Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)

DOI:

https://doi.org/10.23899/relacult.v4i0.1000

Palavras-chave:

Mbyá Guarani, Caminhar, Aprendizagem

Resumo

Este é um texto sobre o ato de caminhar ou ainda sobre as formas de andar, porque de fato existem maneiras distintas da fazê-lo. Sendo mais preciso, o texto se ocupa do modo Mbyá-Guarani de caminhar na medida em que ele marca um tipo de éthos caminhante – uma forma de existir – que faz do movimento a condição de uma vida durável (a vida que se almeja). Assim, o caminhar interessa enquanto metáfora do ser, pois o modo de andar não é uma existência, mas a maneira de fazer existir. O andar interessa no sentido em que revela certa pedagogia de exposição que se constitui numa prática de educação enquanto possibilidade de suspensão de qualquer posição – enquanto efetuação de um modo de ser que se abre ao mundo.

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Biografia do Autor

Fernando Carreira, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)

Graduado em História pela FURG, mestrado e doutorado no Programa de Pós-Graduação da PUC-RS.

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Publicado

2018-11-26

Como Citar

Carreira, F. (2018). Caminhar e corresponder ao mundo: notas sobre a experiência Guarani em terra de branco. RELACult - Revista Latino-Americana De Estudos Em Cultura E Sociedade, 4. https://doi.org/10.23899/relacult.v4i0.1000

Edição

Seção

Dossiê: X Encontro e Diálogos com a Educação Ambiental (EDEA)