Caminhar e corresponder ao mundo: notas sobre a experiência Guarani em terra de branco.
DOI:
https://doi.org/10.23899/relacult.v4i0.1000Keywords:
Mbyá Guarani, Caminhar, AprendizagemAbstract
Este é um texto sobre o ato de caminhar ou ainda sobre as formas de andar, porque de fato existem maneiras distintas da fazê-lo. Sendo mais preciso, o texto se ocupa do modo Mbyá-Guarani de caminhar na medida em que ele marca um tipo de éthos caminhante – uma forma de existir – que faz do movimento a condição de uma vida durável (a vida que se almeja). Assim, o caminhar interessa enquanto metáfora do ser, pois o modo de andar não é uma existência, mas a maneira de fazer existir. O andar interessa no sentido em que revela certa pedagogia de exposição que se constitui numa prática de educação enquanto possibilidade de suspensão de qualquer posição – enquanto efetuação de um modo de ser que se abre ao mundo.References
BENEDICT, Ruth. Padrões de cultura. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.
BENITES, Tonico. A escola na ótica dos Ava Kaiowá: impactos e interpretações indígenas. Rio de Janeiro: Contra Capa, 2012.
BERGAMASCHI, Maria Aparecida. Nhembo`e: enquanto o encanto permanece! Processos e práticas de escolarização nas aldeias Guaranis. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Educação, UFRGS, Porto Alegre, 2007.
CLASTRES, Pierre. A sociedade contra o Estado. São Paulo: Cosac & Naify, 2003.
DELEUZE, Gilles. Dois regimes de loucos: textos e entrevistas (1975-1995).São Paulo: Editora 34, 2016.
GODDARD, Jean-Christopher. Brazuca negão e sebento. São Paulo: n-1 edições, 2017.
ESPÓSITO, Roberto. Immunitas, the Protection and Negation of Life. Cambridge: Polity Press, 2011.
HOFMANN, Ângela Ariadne. Karai Nhe’e Katu: aquele que fala sabias palavras – um campo de discussões da escola indígena entre os Guaranis. V ANPEDSul, 2004.
INGOLD, Tim. O Dédalo e o labirinto: caminhar, imaginar e educar a atenção. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 21, n.44, p.21-36, jul/dez, 2015.
LAPOUJADE, David. Deleuze, os movimentos aberrantes. São Paulo: n-1 edições, 2015.
MASSCHELEIN, Jan. E-ducando o olhar: a necessidade de uma pedagogia pobre. Educação & Realidade, 33(1): 35-48 jan/jun 2008.
PISSOLATO, Elizabeth. A duração da pessoa: mobilidade, parentesco e xamanismo Mbya (Guarani). São Paulo: Editora Unesp: ISA; Rio de Janeiro: NUTI, 2007.
RANCIÈRE, Jacques. O espectador emancipado. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2012.
RANCIÈRE, Jacques. O desentendimento: política e filosofia. São Paulo: Editora 34, 2018.
SANTOS, Antônio Bispo dos. Colonização, Quilombos – modos e significados. Brasília: UNB, 2015.
SOARES, Mariana de Andrade. Caminhos para viver o mbyá reko: Estudo antropológico do contato internétnico e de políticas públicas de etnodesenvolvimento a partir de pesquisa etnográfica junto a coletivos Guarani no Rio Grande do Sul. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, UFRGS, Porto Alegre, 2012.
SOUZA, José Otávio Catafesto de. “Aos fantasmas das brenhas”: Entografia, Invisibilidade e Etnicidade de Alteridades Originárias do Sul do Brasil (Rio Grande do Sul). Tese (Doutorado) Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, UFRGS, Porto Alegre, 1998.
SZTUTMAN, Renato. O Profeta e o Principal. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, Fapesp, 2012.
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo Senão da Hileia. In: GODDARD, Jean-Christopher. Brazuca negão e sebento. São Paulo: n-1 edições, 2017.
WAGNER, Roy. A invenção da cultura. São Paulo: Cosac & Naify, 2017.
Downloads
Published
Issue
Section
License
Authors who publish in this journal agree to the following terms:
Authors retain the copyright of their works and grant RELACult the right of first publication. All articles are simultaneously licensed under the Creative Commons Attribution 4.0 International (CC BY 4.0), which allows sharing, distribution, copying, adaptation, and commercial use, provided that proper credit is given to the original authorship and the first publication in this journal is acknowledged.
RELACult makes all of its content openly accessible, thereby increasing the visibility and impact of the published works. The contact information provided in the submission system is used exclusively for editorial communication and will not be shared for any other purpose.