LÀ OÙ ILS VEULENT LE SILENCE ET LA MORT, NOUS PLANTONS DES VOIX ET DES LUTTES
DISPOSITIFS DE RACIALITÉ ET NÉCROPOLITIQUE
DOI :
https://doi.org/10.23899/ck6bqh88Mots-clés :
Racism; Apparatus; Narrative; Power.Résumé
Cet article propose une réflexion critique sur les dispositifs de racialisation et la nécropolitique, en explorant comment le racisme structure les modes d’existence, délimitant quels corps peuvent exister pleinement et lesquels sont marqués pour l’effacement. La discussion s’appuie sur l’articulation entre le biopouvoir foucaldien et la nécropolitique d’Achille Mbembe, mettant en évidence que la violence raciale ne se limite pas à l’extermination physique, mais s’étend également à l’imaginaire social et à la tentative de réduction au silence de l’expérience noire. Cette recherche a été élaborée à partir d’expériences ancrées dans la réalité brésilienne et s’appuie sur des références bibliographiques qui analysent les dynamiques du pouvoir et leurs effets sur la construction des subjectivités racialisées. En examinant les mécanismes qui perpétuent la violence contre les corps noirs, cette étude ne se contente pas de dénoncer les structures racistes, mais met également en avant la narration comme un espace d’insurrection et de continuité de la vie noire. Au-delà de la simple survie face à la dichotomie entre le bien blanc et le mal noir, ce texte revendique la centralité de la narrativité dans la résistance noire, en considérant l’acte de raconter comme un geste politique qui brise les dispositifs de mort et affirme la puissance du vivant. Si la blanchité a historiquement produit des dispositifs visant à capturer et à limiter l’existence noire, cet article propose la narration comme une brèche, un mouvement et une continuité, garantissant que les histoires soient racontées non seulement à travers la souffrance, mais aussi à travers la plénitude de l’être.
Références
ALMA PRETA. “Literatura é a minha maneira de não adoecer”, diz Conceição Evaristo na série Leituras Brasileiras. São Paulo: Alma Preta, 10 de fev. 2020. Disponível em: https://almapreta.com.br/sessao/cotidiano/literatura-e-a-minha-maneira-de-nao-adoecer-diz-conceicao-evaristo-na-serie-leituras-brasileiras/. Acesso em: 09 mar. 2025.
ARAÚJO, D. F. M. DA S. DE; SANTOS, W. C. DA S. Raça como elemento central da política de morte no Brasil: visitando os ensinamentos de Roberto Esposito e Achille Mbembe. Revista Direito e Práxis, v. 10, n. 4, p. 3024–3055, out. 2019. Disponível em: https://doi.org/10.1590/2179-8966/2019/45695. Acesso em: 17 mar. 2025.
ARENDT. H. Sobre a violência. 3. ed. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2001.
BENJAMIN, W. O Narrador: Considerações Sobre a Obra de Nikolai Leskov. In:
Obras escolhidas I. Trad. Sérgio Paulo Rouanet. São Paulo: Ed. Brasiliense, 2012.
BENTO, C. O pacto da branquitude. 1. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2022.
BIA FERREIRA. Não Precisa Ser Amélia. YouTube, 2018. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=psxSY400Pn8. Acesso em: 09 mar. 2025.
BRASÍLIA; Ministério da Saúde. Óbitos por suicídio entre adolescentes e jovens negros 2012 a 2016. 1. ed. Brasília, 2018.
CARDOSO, R. Quase 90% dos mortos por policiais em 2023 eram pessoas negras, diz estudo. Agência Brasil, 07 nov. 2024. Disponível em: <https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2024-11/quase-90-dos-mortos-por-policiais-em-2023-eram-negros-diz-estudo>. Acesso em: 17 mar. 2025.
CARNEIRO, S. Dispositivo de racialidade: A construção do outro como não ser como fundamento do ser. 1. ed. Rio de Janeiro: Editora Zahar, 2023.
DIAS, P. E. Governo Tarcísio encerra operação no litoral de SP que deixou 28 mortos. Jornal Folha - OUL (online). Disponível em: <https://x.gd/oBoH6>. Último acesso em 18 mar. 2025.
EVARISTO, C. Olhos d’água. 1. ed. Rio de Janeiro: Pallas, 2021.
FARIAS, E. Pesquisadora explica conceito de branquitude como privilégio estrutural. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2019. Disponível em: https://agencia.fiocruz.br/pesquisadora-explica-conceito-de-branquitude-como-privilegio-estrutural. Acesso em: 12 mar. 2025.
FARIAS, J. Caso João Pedro: Justiça do Rio absolve PMs acusados pela morte do adolescente. São Paulo: CNN Brasil, 10 jul. de 2024. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/caso-joao-pedro-justica-do-rio-absolve-pms-acusados-pela-morte-do-adolescente/. Acesso em: 09 mar. 2025.
FERRARI, M. O que é necropolítica e como se aplica à segurança pública no Brasil. Ponte Jornalismo, 25 set. 2019. Disponível em: https://x.gd/Xqtds. Acesso em: 17 mar. 2025.
FIGUEIREDO, P. Índice de suicídio entre jovens e adolescentes negros cresce e é 45% maior do que entre brancos. ed. 1. São Paulo: G1, 2019. Disponível em: https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2019/05/21/indice-de-suicidio-entre-jovens-e-adolescentes-negros-cresce-e-e-45percent-maior-do-que-entre-brancos.ghtml. Acesso em: 01 dez. 2024.
FOUCAULT, M. Em defesa da sociedade. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2012.
FREITA, N. RIBEIRO, A. Governo de SP encerra Operação Escudo após 28 mortes em pouco mais de um mês. Jornal O Globo (online), 2023. Disponível em: https://x.gd/1JD3L. Último acesso em 18 mar. 2025.
G1. Entregador sofre ofensas racistas em condomínio de Valinhos; VÍDEO. São Paulo: G1, 2019, 07 ago. 2020. Disponível em: https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2020/08/07/entregador-registra-boletim-de-ocorrencia-apos-sofrer-ofensas-racistas-em-condominio-de-valinhos-video.ghtml. Último acesso em: 09 mar. 2025.
IEPS. Homens negros morrem 4 vezes mais do que brancos em vias públicas por disparos de arma de fogo, revela Boletim Çarê-IEPS. Rio de Janeiro: IEPS - Instituto de Estudos para Políticas de Saúde, 27 mai. 2024. Disponível em: https://ieps.org.br/homens-negros-morrem-4-vezes-mais-do-que-brancos-em-vias-publicas-por-disparos-de-arma-de-fogo-revela-boletim-care-ieps/. Acesso em: 09 mar. 2025.
MBEMBE, A. Necropolítica. 1. ed. São Paulo: Editora N-1, 2018.
MOLICA, F; RESENDE, L; GHIROTTO, E; GONÇALVES, E. E depois veio o silêncio. Veja, 12 abr. 2019. Disponível em: https://veja.abril.com.br/brasil/e-depois-veio-o-silencio/. Acesso em: 20 mar. 2025.
MORAES, M. “Genealogia - Michel Foucault”. In: Enciclopédia de Antropologia. São Paulo: Universidade de São Paulo, Departamento de Antropologia, 2018. Disponível em: http://ea.fflch.usp.br/conceito/genealogia-michel-foucault. Acesso em: 05 dez. 2024.
MOURA, I; SILVA, I. R. Relatório Dhesca: Missão letalidade policial e impacto nas infâncias negras na Bahia e no Rio de Janeiro. Brasil de fato, 2024. Disponível em: https://x.gd/543Rk. Acesso em: 18 mar. 2025.
SILVA, A; MORAIS, R. As teorias da soberania: Uma análise a partir de Foucault. Revista Eletrônica Direito e Política, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciência Jurídica da UNIVALI. ed. 1. Itajaí, v.12, n.1, 1º quadrimestre de 2017. ISSN: 1980-7791. Disponível em: https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/39693/2/As%20teorias%20da%20soberania%20....pdf
VEJA. Bolsonaro é acusado de racismo por frase em palestra na Hebraica. São Paulo: Veja, 06 abr. 2017. Seção: Política. Disponível em: https://veja.abril.com.br/brasil/bolsonaro-e-acusado-de-racismo-por-frase-em-palestra-na-hebraica. Acesso em: 09 mar. 2025.
Téléchargements
Publiée
Numéro
Rubrique
Licence
(c) Copyright Richard Silva dos Santos, Maria Julia Macedo de Castro, Gabriel da Silveira Furtado, Waldenilson Teixeira Ramos 2025

Ce travail est disponible sous licence Creative Commons Attribution - Pas d’Utilisation Commerciale 4.0 International.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a) Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License BY-NC (https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da sua autoria e publicação inicial nesta revista.
b) Esta revista proporciona acesso público a todo o seu conteúdo, uma vez que isso permite uma maior visibilidade e alcance dos trabalhos publicados. Para maiores informações sobre esta abordagem, visite Public Knowledge Project, projeto que desenvolveu este sistema para melhorar a qualidade acadêmica e pública da pesquisa, distribuindo o OJS assim como outros softwares de apoio ao sistema de publicação de acesso público a fontes acadêmicas. Os nomes e endereços de e-mail neste site serão usados exclusivamente para os propósitos da revista, não estando disponíveis para outros fins.