Memórias de Alfabetização Paiter Surui
reflexões sobre o ingresso na cultura escrita
DOI :
https://doi.org/10.23899/relacult.v7i4.2190Mots-clés :
Alfabetização Intercultural; Amazônia; Cultura escrita; Povo Indígena Paiter SuruiRésumé
Os estudos sobre os Povos Indígenas e o mundo da cultura escrita constitui o interesse central desta reflexão que discute os resultados parciais do Projeto “Alfabetização Intercultural em escolas indígenas de Rondônia” que se encontra em andamento. O presente texto analisa a alfabetização realizada no início do século XXI em duas aldeias indígenas da Amazônia a partir do olhar de estudantes do Povo Paiter Suruí através da pesquisa narrativa. Uma sociedade étnica localizada na Terra Indígena Sete de Setembro, organizada nos clãs: Gameb, G̃apg̃ir, Kaban e Makor. São falantes da língua Paiter, família Tupi Mondé. Foi possível compreender que as aprendizagens iniciais da leitura e da escrita realizadas no território Paiter nos anos 2000 incorporaram as alterações culturais decorrentes da situação pós-contato. O trabalho pedagógico ocorria em escolas indígenas mantidas pelo poder público estadual, através de docentes indígenas e não indígenas, com metodologia didática empirista, influência da herança das cartilhas. Articular os saberes da experiência dos estudantes indígenas às concepções teóricas sobre a alfabetização representa uma ocasião propícia para o entrelaçamento de diferentes conhecimentos e deste modo é possível acionar importantes dispositivos atribuidores de sentido aos saberes interculturais.
Références
ALBÁN, Adolfo. Tiempos de zango y de guampín: transformaciones gastronómicas, territorialidad y re-existencia socio-cultural en comunidades Afro-descendientes de los valles interandinos del Patía (Sur de Colombia) y Chota (Norte del Ecuador), siglo XX. Tese (Doctorado en Estudios Culturales). Universidad Andina Simón Bolívar, Quito-Ecuador, 2007.
AMÂNCIO, Denilson Augusto de Sene et. al. Matemática e Ensino indígena: um elo de pluralidades. In: Anais. Educação Matemática na Contemporaneidade: desafios e possibilidades São Paulo – SP, 13 a 16 de julho de 2016.
BRASIL. Constituição Federal. Brasília, 1988. Decreto nº 88.867 em 1983.
BRASIL. Decreto Nº. 26 de 4/02/1991. Dispõe sobre a Educação Indígena no Brasil. Brasília, 1991.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei 9394. Brasília, 1996.
BRASIL. CNE. Parecer CNE/CEB nº 14/99. Resolução nº 3. Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Escolar Indígena. Brasília, 1999.
BRASIL. MEC. Referencial Curricular Nacional para as Escolas Indígenas. Brasília, 1998.
CLANDININ, D. J.; CONELLY, F. M. Pesquisa narrativa: experiências e história na pesquisa qualitativa. Uberlândia: EDUFU, 2011.
CUNHA, Maria Isabel da. Conta-me agora! As narrativas como alternativas pedagógicas na pesquisa e no ensino. Rev. Fac. Educ. vol. 23 n. 1-2 São Paulo Jan./Dec. 1997.
FIORI, Ernane Maria. Aprender a dizer a sua palavra. In: FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
MINDLIN, Betty. Nós Paiter. Os Suruí de Rondônia. Petrópolis: Vozes, 1985.
MINDLIN, Betty. Os Paiter vinte anos depois. In: Centro Ecumênico de Documentação e Informação. Povos Indígenas no Brasil. 1987, 88, 89 e 90. São Paulo: CEDI, 1991.
MINDLIN, Betty. O aprendiz de origens e novidades. Estudos Avançados, v. 8, n. 20, 1994.
NEVES, Josélia Gomes. Cultura escrita em contextos indígenas. Orientadora: Maria Rosa Rodrigues Martins de Camargos. 2009. 369f. Tese (Doutorado em Educação Escolar) Universidade Estadual Paulista, Campus de Araraquara. Araraquara– SP, 2009.
PAGATER SURUI, Joaton. A escrita da língua materna nas escolas indígenas Paiter Surui - Ãh sodig nã goe tig Esade Paiter ey emã sodihg ah ey ka ewe. 2018. 142f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal de Rondônia, Ji-Paraná.2018.
PASSEGGI, Maria da Conceição; SOUZA, Elizeu Clementino de; VICENTINI, Paula Perin. Entre a vida e a formação: pesquisa (auto) biográfica, docência e profissionalização. Educação em Revista. Belo Horizonte, v. 27, n. 1, p.369-386, abr. 2011. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/edur/v27n1/v27n1a17.pdf Acesso em: 15 mar. 2017.
RONDÔNIA. Decreto nº 5705 de 21/02/1992. Disponível em: http://ditel.casacivil.ro.gov.br/COTEL/Livros/Files/D5705.pdf Acesso em: 20 dez. 2020.
SECCHI, Darci. A formação de professores indígenas para a diversidade. Revista Educação Pública, Cuiabá, v. 21, n. 46, p. 331-346, maio/agosto 2012.
WALSH, C. Interculturalidade Crítica e Pedagogia Decolonial: in-surgir, re-existir e re-viver. In: CANDAU, V. M. (org.). Educação Intercultural na América Latina: entre concepções, tensões e propostas. 2009.
ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar [recurso eletrônico]. Porto Alegre: Penso, 2014.
WEISZ, Telma. O diálogo entre o ensino e a aprendizagem. São Paulo: Ática, 2000.
Téléchargements
Publiée
Numéro
Rubrique
Licence
(c) Copyright Josélia Gomes Neves, Carolina Patihweiway Surui, Oyagui Maycon Surui 2021

Ce travail est disponible sous licence Creative Commons Attribution - Pas d’Utilisation Commerciale 4.0 International.
Les auteurs qui publient dans cette revue acceptent les conditions suivantes :
Les auteurs conservent les droits d’auteur de leurs œuvres et accordent à RELACult le droit de première publication. Tous les articles sont simultanément publiés sous la licence Creative Commons Attribution 4.0 International (CC BY 4.0), qui permet le partage, la distribution, la copie, l’adaptation et l’utilisation commerciale, à condition que la paternité originale soit correctement attribuée et que la première publication dans cette revue soit mentionnée.
RELACult met l’ensemble de son contenu en accès libre, augmentant ainsi la visibilité et l’impact des travaux publiés. Les informations de contact fournies dans le système de soumission sont utilisées exclusivement pour la communication éditoriale et ne seront pas partagées à d’autres fins.