Manifesto De’VIA de 1989
declaração política e desnaturalização da arte surda
DOI :
https://doi.org/10.23899/relacult.v7i4.2053Mots-clés :
Subjetivação Política, Cultura Sura, linguagem, Arte De'VIA, Artes visuaisRésumé
O presente estudo tem como objetivo analisar o Manifesto De’VIA (Deaf View/Image Art) como uma declaração política da comunidade surda no campo epistemológico das artes visuais. Para isso, utilizou-se o documento produzido em 1989 por um grupo de artistas surdos dos Estados Unidos, no qual estão descritas as características da arte De’VIA, bem como, o seu propósito político. Utilizou-se como referencial teórico os estudos sobre linguagem, política e subjetividade de autores como Jacques Ranciére, Michel Foucault e Gilles Deleuze. Após a tradução e leitura do documento, percebeu-se que o manifesto De’VIA explora a potência das artes visuais como dispositivo de subjetivação política dos sujeitos surdos e reconfigura a partilha do sensível, onde os surdos historicamente ocuparam o lugar de sujeitos sem voz e sem palavra. Concluiu-se que o movimento pode ser compreendido como uma batalha no campo da linguagem, uma vez que seu documento de fundação propõe a desnaturalização do termo genérico “arte surda” e sua substituição pelo termo De’VIA, uma palavra criada pela junção da língua americana de sinais e da língua inglesa.
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