Lutando com Dandara de Palmares: feminismos e representatividade na literatura contemporânea
DOI :
https://doi.org/10.23899/relacult.v6i1.1864Mots-clés :
feminismos, feminismos negros, gênero, literatura brasileira, literatura contemporânea.Résumé
As Lendas de Dandara, livro da escritora, cordelista e poeta Jarid Arraes aponta caminhos para ampliar a representatividade feminina e negra em nossa literatura, ao desvelar personagens presentes em nosso cotidiano e até então distantes das estantes das grandes livrarias. O livro é construído a partir da inquietação da pouca visibilidade de mulheres, em especial negras, dentre as personalidades a que se rende homenagens e se refere em nossa história. A obra é composta por dez contos ficcionais sobre a história de Dandara, filha de Iansã, guerreira de Palmares: O nascimento de Dandara; A cura de Bayô; O cavalo roubado; O encontro com Iansã; O navio negreiro; Dandara e Zumbi; Fogo na Casa Grande; Emboscada; Senzalas vazias e A pedreira. Ao contrário de Raízes do Brasil, Casa Grande e Senzala e outros clássicos da historiografia brasileira que nos mostram com um olhar distante os acontecimentos que marcam a exploração e a formação social atual de nosso país, As Lendas de Dandara nos transfere para uma narrativa pessoal e provocadora, que fazia lembrar das narrativas que ouvia sobre nossas ancestrais indígenas e negras, que se perderam nas fugas e cujos traços e estigmas carregamos até hoje. Mulheres que não estavam no rol dos vencedores, dos colonizadores, dos donos de terra, mas das subalternas, das transgressoras. Mulheres cujo corpo não mobilizava cuidado, que capinaram, plantaram, pariram, trabalharam como tantas outras ainda trabalham até hoje, em condições desiguais no Brasil de 2020: escravocrata, racista, misógino, conservador.Références
ARRAES, Jarid. As Lendas de Dandara. São Paulo: Editora de Cultura, 2015.
Téléchargements
Publiée
Numéro
Rubrique
Licence
Les auteurs qui publient dans cette revue acceptent les conditions suivantes :
Les auteurs conservent les droits d’auteur de leurs œuvres et accordent à RELACult le droit de première publication. Tous les articles sont simultanément publiés sous la licence Creative Commons Attribution 4.0 International (CC BY 4.0), qui permet le partage, la distribution, la copie, l’adaptation et l’utilisation commerciale, à condition que la paternité originale soit correctement attribuée et que la première publication dans cette revue soit mentionnée.
RELACult met l’ensemble de son contenu en accès libre, augmentant ainsi la visibilité et l’impact des travaux publiés. Les informations de contact fournies dans le système de soumission sont utilisées exclusivement pour la communication éditoriale et ne seront pas partagées à d’autres fins.