A hospitalidade como política pública ao ius migrandi
DOI :
https://doi.org/10.23899/relacult.v5i4.1101Mots-clés :
Ius migrandi, Políticas Públicas, HospitalidadeRésumé
Há movimentos migratórios desde a existência do homo sapiens, porém, nos últimos anos, estes fluxos têm sido considerados “novos” pelas dimensões em que se tem apresentado: são migrações forçadas, decorrentes de conflitos civis, políticos, bélicos, econômicos, questões climáticas. Embora haja previsão na Declaração Universal dos Direitos Humanos para a proteção de toda e qualquer pessoa ao ius migrandi, ou seja, o direito à livre circulação (artigo 13), na prática, esse direito carece de contribuições valorativas, jurídicas e, principalmente, de políticas governamentais para a eficácia e efetividade do acolhimento de migrantes e refugiados. Objetiva-se verificar os fundamentos ao direito de migrar sob o viés dos direitos humanos e a relação entre políticas públicas estatais e ações migratórias. Para esse fim, a pesquisa utiliza o método de abordagem dedutivo e a técnica da pesquisa bibliográfica. O estudo fornece uma reflexão sobre as migrações contemporâneas e a práxis da hospitalidade, sendo essa essencial para reconhecer como sujeito de direitos, qualquer pessoa, independentemente de sua condição e em respeito às diferenças, para o fortalecimento de valores cooperativos e humanos em uma sociedade democrática, multiétnica e pluralista.
Références
BAUMAN, Z. Comunidade: a busca por segurança no mundo atual. Tradução de Plínio Dentzien. Rio de Janeiro: Zahar, 2003.
BOFF, L. A hospitalidade: direito de todos e dever para todos. In: Jornal do Brasil, 12 out. 2015. Disponível em: http://www.jb.com.br/leonardo-boff/noticias/2015/10/12. Acesso em: 23 jan. 2017.
______. Virtudes para um outro mundo possível. Hospitalidade: direito e dever de todos. V. 1. Petrópolis/RJ: Vozes, 2005.
CANDATEN, A. Acolhida ao migrante: um valor sagrado. In: Travessia – revista do migrante. Ano XX, n. 57, jan./abr., 2007, p. 33-38. São Paulo: Maxprint, 2007.
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS. Adotada e proclamada pela resolução 217 A (III) da Assembleia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948. Unesco (site). Disponível em: http://unesdoc.unesco.org. Acesso em: 14 jan. 2017.
DENCKER, A. de F. M. (Coord.). Planejamento e gestão em turismo e hospitalidade. São Paulo: Thomson, 2004.
DERRIDA, J. Anne Dufourmantelle convida Jacques Derrida a falar da hospitalidade. Tradução de Antonio Romane. São Paulo: Escuta, 2003.
DORNELAS, S. M. Receber e incorporar o diferente. In: Travessia – revista do migrante. Ano XX, n. 58, mai./agos. 2007, p. 3. São Paulo: Maxprint, 2007.
FERRAJOLI, L. Derechos y garantías. La ley del más débil. Traducción de Perfecto Andrés Ibáñez y Andrea Greppi. 7. ed. Madrid: Trotta, 2010.
HABA, J. de la; SANTAMARÍA, E. Migraciones, espacios urbanos y hospitalidade. In: Travessia – revista do migrante. Ano XIX, n. 54, jan./abr., 2006, p. 12-17. São Paulo: Peres, 2006.
KHOURI, D.; BUENO, M. S. Hospitalidade a qualquer hora, hospitalidade a qualquer tempo! In: Travessia – revista do migrante. Ano XX, n. 58, mai./agos. 2007, p. 37-42. São Paulo: Maxprint, 2007.
KIELING, C. A. Manifesto da cidadania. Caxias do Sul/RS: Maneco Livraria & Editora, 2001.
LAFER, C. Globalização econômica, políticas neoliberais e os direitos econômicos, sociais e culturais. DHNET [on line]. Disponível em: http://www.dhnet.org.br/direitos/textos/globalizacao_dh/lafer1.html. Acesso em: 23 fev. 2017.
MEZZADRA, S. Direito de fuga: Migrações, cidadania e globalização. Tradução de Ricardo Noronha. Lisboa: Unipop, 2012.
MILESI, R.; LACERDA, R. (Org.) Políticas públicas para las migraciones internacionales: migrantes y refugiados. 2. ed. ACNUR; IMDH; CDHM. Brasília: Alliance Gráfica, 2007.
PATARRA, N. L. Migrações Internacionais: teorias, políticas e movimentos sociais. In: Revista instituto de estudos avançados da Universidade de São Paulo, v. 20, n. 57, p. 7-24, São Paulo, 2006.
PIOVESAN, F. Direitos Humanos e o direito constitucional internacional. 16. ed. rev. amp. atual. São Paulo: Saraiva, 2016.
ROSSETTO, G. M. de F.; VERONESE, J. R. P. Ética, direito e hospitalidade: viver e atuar na esfera da “casa comum”. In: MACHADO, C. A. A.; ANDRADE, F. G. de; LOPES, P. M. Caderno de Anais [on line]. III Congresso internacional comunhão e direito: ética, direito e democracia – em busca de um novo paradigma de justiça, p.59-69. Caruaru/PE: ASCES-UNITA, 2016.
SANCHO, Á. G. C.; NAVARRO, P. A. Contenido y límites del “ius migrandi”. In: Revista electrónica iberoamericana, v. 7, n. 2, 2013, p. 1-10. Disponível em: http://www.urjc.es/ceib. Acesso em: 03 mar. 2017.
SICILIANO, A. L. O papel da universalização dos Direitos Humanos e da migração na formação da nova governança global. In: Revista SUR – revista internacional de Direitos Humanos [on line]. Conectas Direitos Humanos, v. 9, n. 16, jan/2012, p. 115-131. Disponível em: http://www.conectas.org/Arquivos/edicao/publicacoes/publicacao-20146311224384-17350853.pdf. Acesso em: 03 abr. 2017.
SOARES, F. A. M. Metecos contemporâneos: hospitalidade, política e subjetividade na Grécia antiga e no mundo globalizado. In: Travessia: revista do migrante. Ano XX, n. 58, mai./agos. 2007, p. 13-18. São Paulo: Maxprint, 2007.
TRINDADE, A. A. C. Deslocados e a proteção dos migrantes na legislação internacional dos Direitos Humanos. In: Caderno de debates refúgio, migrações e cidadania, n. 3, nov, 2008, p. 53-93. Brasília: UNHCR-ACNUR: IMDH, 2008.
VASCONCELOS, A. M. N.; BOTEGA, T. Apresentação. In: VASCONCELOS, A. M. N.; BOTEGA, T. (Org.). Política migratória e o paradoxo da globalização. Porto Alegre: ediPUCRS, 2015. (Série Migrações - 19).
VITALE, E. Derecho a migrar: el cumplimento de la edad de los derechos? Tradução de Pamela Rodriguez Padilla. In: Biblioteca jurídica virtual del instituto de investigaciones juídicas de la UNAM [recurso eletrônico], p. 47-63. Disponível em: http://derecho.unam.mx. Acesso em: 13 mar. 2017.
Téléchargements
Publiée
Numéro
Rubrique
Licence
Les auteurs qui publient dans cette revue acceptent les conditions suivantes :
Les auteurs conservent les droits d’auteur de leurs œuvres et accordent à RELACult le droit de première publication. Tous les articles sont simultanément publiés sous la licence Creative Commons Attribution 4.0 International (CC BY 4.0), qui permet le partage, la distribution, la copie, l’adaptation et l’utilisation commerciale, à condition que la paternité originale soit correctement attribuée et que la première publication dans cette revue soit mentionnée.
RELACult met l’ensemble de son contenu en accès libre, augmentant ainsi la visibilité et l’impact des travaux publiés. Les informations de contact fournies dans le système de soumission sont utilisées exclusivement pour la communication éditoriale et ne seront pas partagées à d’autres fins.