Os limites no apreço pela cosmovisão

sentidos sobre os conceitos de mito e beleza em Oxum e Afrodite

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.23899/relacult.v7i3.2083

Palabras clave:

Cosmovisão, Beleza, Mito

Resumen

O presente estudo tem como objetivo traçar uma crítica ao sentido de apreço pela cosmovisão ocidental, através de reflexões acerca de cosmogonia, semântica cultural da beleza e do mito e da relação desses a partir da análise dos mitos de Oxum, divindade iorubana, também cultuada no Brasil, e Afrodite, divindade grega, que costuma compor os currículos escolares como referência ao mundo antigo, ou a sociedades politeístas, as quais são um tabu no atual mundo cristão ou cristianizado. Concluímos, portanto, no sentido de apresentar o processo estruturalmente racista de tentativa de apagamento das culturas africanas no contexto brasileiro, tendo como inferiores divindades negras-africanas e supervalorizando a cultura ocidental, inclusive suas divindades brancas, haja vista a valorização da visão no ocidente e a valorização do holístico.

Métricas

Cargando métricas ...

Biografía del autor/a

Alice da Silva Vitória, Colégio Pedro II

Especialista em Ensino de História da África pelo Colégio Pedro II - CP II. Licenciada em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Viçosa - UFV.

Ronan da Silva Parreira Gaia, Universidade de São Paulo

Mestre em Ciências pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem Psiquiátrica da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo - EERP/USP. Especialista em Direitos Humanos, Educação e Sociedade, Educação Especial e Inclusiva, Gestão Pública e em Psicopedagogia Institucional pela Faculdade de Educação São Luís. Licenciado em Pedagogia pela Faculdade Filadélfia e em Filosofia pelo Centro Universitário Claretiano. Membro do 'ORÍ - Laboratório de Pesquisa em Psicologia, Saúde e Sociedade' (EERP-USP/CNPq) e do 'Tierno Bokar: Núcleo de pesquisas e estudos sobre o fenômeno religioso' (UNILAB/CNPq).

Citas

AMADIUME, Ifi. A teoria dos valores Matriarcais de Cheikh Anta Diop como base para a Unidade Cultural Africana. In: DIOP, Cheikh Anta. A unidade cultural da África Negra. Esferas do patriarcado e do matriarcado na Antiguidade Clássica. Karnark House, 1989.

ANI, Marimba. Yurugu: An african – Centered Critique of European Cultural Thought and Behavior. Trenton: Africa World Press, 1994.

ASSANTE, M. K. Afrocentricidade como crítica do paradigma hegemônico ocidental: Introdução a uma ideia. Trad. Renato Nogueira, Marcelo J. D. Moraes e Aline Carmo. Ensaios Filosóficos, v. XIV, p. 9-18, dez. 2016.

BAPTISTA, Arthur; MIRANDA, Marina; PORTILHO, Erika. Mitos de Origem - A Ontologia do Matriarcado no Mundo; O que é e quais são as diferenças básicas. In: Curso Matriarcado Africana, Instituto Hoju, Rio de Janeiro-RJ, Rio de janeiro, 11 de agosto de 2018.

DAVIS, Angela. Mulheres, raça e classe. Trad. Heci R. Candiani. São Paulo: Boitempo, 2016. (Original publicado em 1981)

DIOP, Cheikh Anta. A Unidade Cultural da África Negra: esferas do patriarcado e do matriarcado na antiguidade clássica. Angola: Pedago, 2014. (Original publicado em 1959).

DIOP, Cheikh Anta. Origem Egípcia dos Iorubás. In: DIOP, Cheikh Anta. Nações Negras e cultura. Ed. Bellaterra, s.l., p.360-364, 2012.

DIOP, Cheikh. Anta. The African origin of civilization: myth ou reality? Westport: Lawrence Hill, 1974.

DOVE, Nah. Definindo uma Matriz Materno-Centrada para analisar a condição das mulheres. In: INSTITUTO HOJU (org). Introdução à Mulherisma Africana. vol.1, p. 5177, [201-].

DOVE, Nah. Mulherisma Africana: uma teoria afrocêntrica. Trad. Wellington Agudá, Jornal de Estudos Negros, v. 28, n. 5, p. 515- 539, maio 1998.

FANON, Frantz. Pele Negra, Máscaras Brancas. Salvador: EdUFBA, 2008. (Original publicado em 1952).

GAIA, Ronan da Silva Parreira; VITÓRIA, Alice da Silva; ROQUE, Ariel Teixeira. Candomblé no Brasil: resistência negra na diáspora africana. Jundiaí: Paco Editorial, 2020. 108p.

GAIA, Ronan da Silva Parreira; SCORSOLINI-COMIN, Fabio. Candomblé Ketu e o sincretismo religioso no Brasil: perspectivas sobre as representações de Òṣàlá na diáspora. Memorandum, Belo Horizonte, v. 37, p. 1-21, 2020. https://doi.org/10.35699/1676-1669.2020.16346.

HUDSON - WEEMS, Cleonora. Mulherismo Africana. Trad. Wanessa Souza. São Paulo: Editora Medu Neter Livros, 2019.

MAHMOOD, Saba. Teoria feminista, agência e sujeito liberatório: algumas reflexões sobre o revivalismo islâmico no Egipto. Etnográfica, Lisboa, v. 10, n. 1, p. 121-158, mai. 2006.

NASCIMENTO, Abdias do. O genocídio do negro brasileiro: processo de um racismo mascarado. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978.

NOGUEIRA, Renato. Espelhos de Oxum e Afrodite. Afrosin/UFRRJ. 2018. 50 slides.

NOGUEIRA, Renato. Mulheres e deusas: Como as divindades e os mitos femininos formaram a mulher atual. Rio de Janeiro: Editora Harper Collins, 2017. 160p.

OYĚWÙMÍ, Oyèrónké. Conceptualizing Gender: The Eurocentric Foundations of Feminist Concepts and the challenge of African Epistemologies. African Gender Scholarship: Concepts, Methodologies and Paradigms. CODESRIA Gender Series. Volume 1, Dakar, CODESRIA, 2004.

OYĚWÙMÍ, Oyèrónkẹ́. The Invention of Women: Making an African Sense of Western Gender Discourses. Minneapolis: University of Minnesota Press, 1997.

PRANDI, Reginaldo. Oxumarê, o arco-íris: mais histórias dos deuses africanos que vieram para o Brasil com os escravos. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2004.

SOUZA, Neusa S. Tornar-se negro. Ou as vicissitudes da Identidade do Negro Brasileiro em Ascensão Social. Edição Graal, 2. ed., v. 4. Rio de Janeiro, 1990.

SOMÉ, Sobonfu. O espírito da intimidade: ensinamentos ancestrais africanos sobre maneiras de se relacionar. Trad. Deborah Weinberg. São Paulo: Odysseus Editora, 2003.

URASSE, Anin. 10 tópicos sobre Mulherismo Africana (para escurecer o pensamento). In: Pensamentos Mulheristas, Publicado em 24 mar. 2016. Disponível em: <https://pensamentosmulheristas.wordpress.com/2016/03/24/10-topicos-sobre-mulherismo-africana-para-escurecer-o-pensamento/> Acesso em: 23 jun. 2019.

VARGAS, João Costa. Por uma mudança de Paradigma: Antinegritude e antagonismo estrutural. Revista de Ciências Sociais: RCS, v. 48, n. 2, p. 83-105, 2017.

VERGER, Pierre. Notas sobre o culto aos orixás e voduns na Bahia de todos os Santos, no Brasil, e na Antiga Costa dos Escravos, na África. Trad. C. E. M. Moura. São Paulo: EDUSP, 2019. (Original publicado em 1957).

WELSING, Francis Cress. Os papéis de Isis. As chaves para as cores. Wellington Agudá, Rio de Janeiro, 1989.

Publicado

2021-12-21

Cómo citar

Vitória, A. da S., & Gaia, R. da S. P. (2021). Os limites no apreço pela cosmovisão: sentidos sobre os conceitos de mito e beleza em Oxum e Afrodite . RELACult - Revista Latino-Americana De Estudos Em Cultura E Sociedade, 7(3). https://doi.org/10.23899/relacult.v7i3.2083

Número

Sección

Artigos - Fluxo Contínuo