Os limites no apreço pela cosmovisão
sentidos sobre os conceitos de mito e beleza em Oxum e Afrodite
DOI :
https://doi.org/10.23899/relacult.v7i3.2083Mots-clés :
Cosmovisão, Beleza, MitoRésumé
O presente estudo tem como objetivo traçar uma crítica ao sentido de apreço pela cosmovisão ocidental, através de reflexões acerca de cosmogonia, semântica cultural da beleza e do mito e da relação desses a partir da análise dos mitos de Oxum, divindade iorubana, também cultuada no Brasil, e Afrodite, divindade grega, que costuma compor os currículos escolares como referência ao mundo antigo, ou a sociedades politeístas, as quais são um tabu no atual mundo cristão ou cristianizado. Concluímos, portanto, no sentido de apresentar o processo estruturalmente racista de tentativa de apagamento das culturas africanas no contexto brasileiro, tendo como inferiores divindades negras-africanas e supervalorizando a cultura ocidental, inclusive suas divindades brancas, haja vista a valorização da visão no ocidente e a valorização do holístico.
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