Elites Gaúchas e Formas de Dominação: Disputas da Modernização Agrária
DOI:
https://doi.org/10.23899/relacult.v5i4.1422Palabras clave:
Elites Agrárias Gaúchas, Modernização Conservadora, Pierre Bourdieu, Sistema Agrário nos Pampas, Teoria Decolonial.Resumen
Levando em conta os entraves sociopolíticos e os processos históricos de transformação vivenciados nos pampas gaúchos, o presente trabalho buscará analisar o período correspondente a “modernização conservadora” de seu sistema agrário. Marcadamente, dois momentos – a Colonização e o pós segunda Guerra Mundial – serão centrais para o estabelecimento de determinadas praticas agrárias e sua valorização no campo do conhecimento local. Entretanto, há enfoque na formação e nas estratégias de reprodução de assimetrias de poder promovidas por um extrato da sociedade, a dizer, as elites locais - de diferentes, porém homólogos, campos de capital. Para tal, será feito uso das ferramentas metodológicas delineadas por Pierre Bourdieu, em diálogo com o arcabouço teórico identificado como Pós-colonial.
Conjuntamente, se argumenta que o pacote técnico aplicado nos sistemas agrários, mais especificamente o que busca promover o “desenvolvimento”, encontra suporte na diferença de valor inerente ao capital cultural importado de metodologias eurocêntricas. O que, por sua vez, encontra suporte na abordagem Decolonial acerca da geopolítica do conhecimento.
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