A arte de si: por uma nova ética do corpo
DOI:
https://doi.org/10.23899/relacult.v5i4.1191Palabras clave:
estética, ética, sujeito, dandismo, forma-de-vidaResumen
Por meio do estabelecimento de um diálogo entre as ideias de “estética da existência”, de Michel Foucault, e de dândi, na esteira de Charles Baudelaire, Daniel Salvatore Schiffer e Michel Onfray, viso pensar o sujeito moderno enquanto artista de si mesmo. Tal sujeito não é constituído substancialmente por alguma entidade perfeita; a subjetividade dândi ocorre na imanência. Ao problematizar as forças socioculturais que interditam a livre expressão do desejo, proponho-me a refletir acerca de um sujeito constituído pelo trabalho estético que faz de si. Em tal concepção, sujeito é forma, ficção, trabalho ético sobre as forças passivas e ativas que o atravessam. Tendo em vista o entendimento de que o sujeito se dá na prática de si, intenciono questionar a ideia de obra de arte enquanto produto cindido da potência vital que a origina. Sendo assim, servindo-me da filosofia de Giorgio Agamben, pretendo pensar o artista de si enquanto força inoperante que resiste aos dispositivos culturais. Dândi é o sujeito que, ciente das suas potencialidades, pelo jogo que faz do seu corpo, no tempo do devir, cria novas formas de vida. O dandismo é um vitalismo. Dândi é a obra inoperante, inacabada, processo sem outro fim que o de viver para si mesmo, não em prol de forças externas que subjugam suas potencialidades.
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