Problematizando questões de gênero: “A força de uma mulher forte”.
DOI:
https://doi.org/10.23899/relacult.v5i4.1321Palabras clave:
estudos em cultura, Cultura, Ciências HumanasResumen
Os/As atletas trans estão cada vez mais conquistando espaços nas práticas esportivas hegemônicas e ocupando lugares que até poucos anos atrás eram impensáveis às pessoas que transgridem com a norma binária dos gêneros. No Brasil, o caso de Tiffany Abreu, primeira atleta trans a jogar na superliga feminina de vôlei, gerou grande comoção e movimentou opiniões nas mídias sociais, espaço de grande visibilidade trans sobre o assunto. Neste artigo analisamos a reportagem do site “globoesporte.com” intitulada “Envolvida em polêmica, Tiffany desabafa: ‘força de uma mulher’”. Nossos estudos têm como base os Estudos Culturais, na sua vertente pós-estruturalista, destacando o efeito das mídias na produção dos corpos e dos gêneros, entendendo que os discursos veiculados pela mídia acionam efeitos de verdade e que essa proliferação discursiva vem atuando na produção dos sujeitos. A metodologia de pesquisa consiste na análise cultural. A reportagem dá ênfase na força da atleta Tiffany, destacando as diferenças resultantes da produção hormonal masculina e feminina e como isso pode interferir no desempenho esportivo de atletas trans. Sendo assim, reforça alguns estereótipos de gênero pautados no determinismo biológico. Além disso, vozes autorizadas, como especialistas em medicina esportiva são chamados/as a falar sobre o assunto, evidenciando que os discursos científicos que circulam através do saber médico são mais legitimados que outros em nossa sociedade.
Referencias
FOUCAULT, Michel. A arqueologia do saber. 6.ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2002.
FOUCAULT, Michel. Poder-saber. In: ______. Ditos & Escritos IV. Estratégia, poder-saber. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2003. p. 223-240.
FOUCAULT, Michel. Verdade e poder. In ______. Microfísica do poder. 8. ed. Rio de Janeiro: Graal, 1989. P. 4-11.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. 28.ed. Petrópolis: vozes, 1987.
GOELLNER, Silvana Vilodre. A produção cultural do corpo. IN: LOURO, G.L. et al. Corpo, Gênero e sexualidade: um debate contemporâneo. Petrópolis: Vozes, 2003.
GRESPAN, Carla Lisboa; GOELLNER, Silvana Vilodre. Fallon fox: um corpo queer no octógono. Movimento. Porto Alegre, V.20, n.4, p1265-1282, out/dez de 2014.
HENNING, Paula Corrêa et al. O discurso da crise ambiental na atualidade: ferramentas metodológicas da análise do discurso foucaultiano em evidência. IN: HENNING, Paula Correa; RIBEIRO, Paula Regina Costa. Diálogos na educação em ciências. Rio Grande: editora da FURG, 2013.
LOURO, Guacira Lopes. Um corpo estranho: Ensaios sobre sexualidade e teoria queer. Belo Horizonte: Autêntica. 2004.
PILOTTO, Fátima Maria. Diferentes tipos de corpos para diferentes tipos de esportes. In: Maria Lúcia Castagna Wortmann; Luís Henrique Sacchi dos Santos; Daniela Ripoll; Nádia Geisa Silveira de Souza; Eunice Aita Isaia Kindel. (Org.). Ensaios em estudos culturais, educação e ciência. 1ed.Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2007, v. 1, p. 93-114.
ROCHA, S. M. Os estudos culturais e a análise cultural da televisão: Considerações teórico-metodológicas. Rev. Interamericana de Comunicação Midiática, Santa Maria, v.10, n.19, sem. 2011.
SOUZA, Nadia Geisa Silveira de. DISCUTINDO PRÁTICAS IMPLICADAS NA PRODUÇÃO DO CORPO. In: CAMOZZATO, Viviane Castro; CARVALHO, Rodrigo Saballa de; ANDRADE, Paula Deporte de. (Org.). Pedagogias culturais: a arte de produzir modos de ser e viver na contemporaneidade. 1ed.Curitiba: Appris, 2016, p. 33-52.
VEIGA-NETO, Alfredo. Dominação, violência, poder e educação escolar em tempos de império. In: In: RAGO, Margareth; VEIGA-NETO, Alfredo (Org.). Figuras de Foucault. Belo Horizonte: Autêntica, 2006. p. 13-38.
WORTMANN, Maria Lúcia. Análises Culturais. In: COSTA, Marisa Vorraber (Org.). Caminhos Investigativos II: outros modos de pensar e fazer pesquisa em educação. 2 ed. Rio de Janeiro: Lamparina, 2007. p. 71-90
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Los autores que publican en esta revista aceptan los siguientes términos:
Los autores conservan los derechos de autor de sus obras y conceden a RELACult el derecho de primera publicación. Todos los artículos están simultáneamente licenciados bajo Creative Commons Atribución 4.0 Internacional (CC BY 4.0), lo que permite el intercambio, distribución, copia, adaptación y uso comercial, siempre que se otorgue el crédito correspondiente a la autoría original y se indique la primera publicación en esta revista.
RELACult pone todo su contenido a disposición en acceso abierto, ampliando la visibilidad y el impacto de los trabajos publicados. La información de contacto proporcionada en el sistema de envío se utiliza exclusivamente para la comunicación editorial y no será compartida para otros fines.