Políticas neoliberais e neoconservadoras e reformas curriculares na educação profissional brasileira
DOI:
https://doi.org/10.23899/hx7q9316Palavras-chave:
Educação Profissional, Reformas Curriculares, Neoliberalismo, neoconservadorismoResumo
Este estudo teórico tem foco nas reformas curriculares da educação profissional brasileira sob influência das políticas neoliberais associada à expansão do neoconservadorismo no contexto mundial atual. Objetiva-se discutir as influências das políticas neoliberais e neoconservadoras na educação profissional brasileira, com vistas a entender a relação entre os interesses econômicos e políticos em jogo no cenário global e nacional e as mudanças na legislação nacional referente à oferta e organização dos cursos profissionalizantes. O estudo foi feito com base em uma pesquisa bibliográfica de revisão da literatura, mediante descrição e análise de 11 teses e 6 dissertações, produzidas no período de 2013 a 2023, as quais foram mapeadas no Repositório da CAPES. Entende-se que o neoliberalismo associado ao neoconservadorismo se desdobra na produção de uma agenda de reformas nas políticas educacionais contemporâneas. Políticas educacionais neoliberais e neoconservadoras estão comprometidas com o avanço do capitalismo pela lógica empresarial que prioriza a competitividade, o produtivismo, o empreendedorismo, a eficácia e eficiência em termos de resultados. Sob essa lógica, a associação ao pensamento neoconservador se traduz no entendimento de que as desigualdades sociais são naturalizadas, considerando-se que o êxito ou o fracasso de cada indivíduo não são causados pelas condições materiais de existência geradas pela distribuição desigual da riqueza e as injustiças sociais, mas sim resultado dos esforços empreendidos pelos sujeitos em sua formação e carreira. A liberdade de escolha é o princípio que fortalece o caráter meritocrático da profissionalização, estimulando o sujeito empreendedor de si a responder pelo seu sucesso ou fracasso.
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