Desafios e possibilidades do ensino remoto na perspectiva do programa etnomatemática
DOI:
https://doi.org/10.23899/relacult.v7i3.2218Palavras-chave:
Espaços socioeducativos, Espaços Urbanos, Etnomatemática, EtnografiaResumo
Esse texto se propõe a divulgar um recorte de uma pesquisa de dissertação de mestrado, que realizou algumas reflexões sobre a relação dos saberes vivenciados e produzidos nos espaços socioeducativos não-escolares, na comunidade dos bairros São Domingos e São Mateus (Sorriso/MT), na busca de um diálogo entre as possibilidades educativas que se esboçam dentro desses espaços habitados, na perspectiva do programa etnomatemática, proposto por D’Ambrosio (2019, 2020) e nas configurações do ensino remoto em tempos de pandemia, instaurada no mundo no ano de 2020. É uma investigação qualitativa na defesa de que, no desenvolvimento do ser humano, a espécie humana é identificada pela aquisição de estilos de comportamentos e de conhecimentos para sobreviver e transcender nos distintos ambientes que ela ocupa, abordando as vivências de grupos sociais nos espaços habitados discutidos por Certeau (2012). As informações foram produzidas por meio de observações, conversas, áudios e vídeos em momentos vivenciados nas casas, ruas e praças dos bairros onde os alunos residem. Buscamos na etnografia a preocupação com o significado que têm as ações e os eventos para as pessoas ou grupos estudados. As reflexões que realizamos diante de uma pandemia é que a educação foi afetada na forma de ensinar e aprender, que os lugares de aprender ultrapassam os muros das escolas. Com uma postura calcada na etnomatemática, evidenciamos a importância da comunidade, buscando conectar a matemática e as outras ciências com o contexto cultural, social, político e filosófico dos grupos sociais.
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