Considerações sobre a prática da economia dos termos de parentesco entre ribeirinhos da Amazônia paraense.
DOI:
https://doi.org/10.23899/relacult.v5i2.1627Palavras-chave:
Ribeirinho, Organização Social, Antropologia, Línguistica, AmazôniaResumo
O presente estudo buscou compreender de que maneira práticas linguísticas manifestas no léxico local revelam práticas de parentesco entre ribeirinhos da região tocantina paraense. No idioleto da região tocantina é comum léxicos como primo, parente e compadre utilizados para estabelecer e evidenciar relações sociais, que se enquadram dentro das teorias da aliança de parentesco. Antropólogos, Sociólogos e Linguistas vêm mostrando que a cultura é um conjunto de práticas, e ao mesmo tempo, e por isso mesmo, um conjunto de símbolos, “uma teia de significados”. Não obstante, linguistas ja mostraram como a língua, ou seja – e mesmo – o signo linguístico tem a capacidade de serem performáticos, isso quer dizer que, dizer algo para alguém possui o poder de estabelecer relações factuais e pragmáticas. Portanto, sendo o parentesco relações sociais de descendência e/ou filiação de bases reais ou fictícias, e a língua e a linguagem, neste caso, expressões nos seus códigos linguísticos falados, percebo que a linguagem ribeirinha revela e estabelece as relações de parentesco na região tocantina, principalmente no igarapé Acaputeua, na Amazônia paraense, através de um jogo que se expressa e se faz, entre outras coisas, pelos termos de parentesco.Referências
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