Problematizando questões de gênero: “A força de uma mulher forte”.
DOI:
https://doi.org/10.23899/relacult.v5i4.1321Palavras-chave:
estudos em cultura, Cultura, Ciências HumanasResumo
Os/As atletas trans estão cada vez mais conquistando espaços nas práticas esportivas hegemônicas e ocupando lugares que até poucos anos atrás eram impensáveis às pessoas que transgridem com a norma binária dos gêneros. No Brasil, o caso de Tiffany Abreu, primeira atleta trans a jogar na superliga feminina de vôlei, gerou grande comoção e movimentou opiniões nas mídias sociais, espaço de grande visibilidade trans sobre o assunto. Neste artigo analisamos a reportagem do site “globoesporte.com” intitulada “Envolvida em polêmica, Tiffany desabafa: ‘força de uma mulher’”. Nossos estudos têm como base os Estudos Culturais, na sua vertente pós-estruturalista, destacando o efeito das mídias na produção dos corpos e dos gêneros, entendendo que os discursos veiculados pela mídia acionam efeitos de verdade e que essa proliferação discursiva vem atuando na produção dos sujeitos. A metodologia de pesquisa consiste na análise cultural. A reportagem dá ênfase na força da atleta Tiffany, destacando as diferenças resultantes da produção hormonal masculina e feminina e como isso pode interferir no desempenho esportivo de atletas trans. Sendo assim, reforça alguns estereótipos de gênero pautados no determinismo biológico. Além disso, vozes autorizadas, como especialistas em medicina esportiva são chamados/as a falar sobre o assunto, evidenciando que os discursos científicos que circulam através do saber médico são mais legitimados que outros em nossa sociedade.
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