Memória e identidade: a musealidade no Museu Gruppelli, Pelotas/RS

Autores

  • José Paulo Siefert Brahm Universidade Federal de Pelotas
  • Diego Lemos Ribeiro Universidade Federal de Pelotas
  • Davi Kiermes Tavares Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA), campus da cidade de Eunápolis.

DOI:

https://doi.org/10.23899/relacult.v2i4.270

Palavras-chave:

Coleção, Lugares de memória, Identidade, Musealidade, Museu Gruppelli.

Resumo

O presente artigo tem como referência uma pesquisa empírica que está sendo realizada no Programa de Pós-Graduação em Memória Social e Patrimônio Cultural, na Universidade Federal de Pelotas. O estudo busca identificar e analisar a percepção museal do público que visita as exposições do Museu Gruppelli, situado na zona rural de Pelotas, Rio Grande do Sul. Do mesmo modo, problematiza seu potencial de evocar memórias e forjar identidades, além de identificar que possíveis conexões o público cria ao flertar semanticamente com os objetos expostos. Como procedimento metodológico utiliza-se sobretudo a entrevista (presencial) e, igualmente, a observação do pesquisador. O roteiro da entrevista é semiestruturada, por meio de uma conversa com finalidade. Cumpre mencionar que as entrevistas estão sendo aplicadas ao público frequentador do Museu, sejam eles moradores da zona rural ou urbana, durante a visitação. De modo geral, a pesquisa aponta para o fato de que os objetos são responsáveis por ajudarem os entrevistados, pelo prisma da musealidade, a afirmarem identidades e evocarem memórias individuais e/ou coletivas, tanto pelo contato direto ou indireto que tiveram com os mesmos.

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Biografia do Autor

José Paulo Siefert Brahm, Universidade Federal de Pelotas

Bacharel em Museologia pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Mestrando do Curso de Memória Social e Patrimônio Cultural vinculado a mesma Universidade. Atua na área de instituições de memória e gestão de acervos. Bolsista CAPES.

Diego Lemos Ribeiro, Universidade Federal de Pelotas

Museólogo pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, mestre em Ciência da Informação pela Universidade Federal Fluminense e doutor em Arqueologia pela Universidade de São Paulo (MAE-USP). Atualmente é Professor Adjunto da Universidade Federal de Pelotas/UFPel. Atua na área de instituições de memória e gestão de acervos.

Davi Kiermes Tavares, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA), campus da cidade de Eunápolis.

Bacharel em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Mestrando do Curso de Memória Social e Patrimônio Cultural do Programa de Pós-Graduação em Memória Social e Patrimônio Cultural vinculado à UFPel.

Professor Auxiliar do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA), campus da cidade de Eunápolis. Atua na área de Sociologia e Patrimônio Cultural.

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Publicado

2016-12-31

Como Citar

Brahm, J. P. S., Ribeiro, D. L., & Tavares, D. K. (2016). Memória e identidade: a musealidade no Museu Gruppelli, Pelotas/RS. RELACult - Revista Latino-Americana De Estudos Em Cultura E Sociedade, 2(4), 685–705. https://doi.org/10.23899/relacult.v2i4.270

Edição

Seção

Dossiê - História, Memória e Identidades