A gênese do IPHAN e o pensamento autoritário
DOI:
https://doi.org/10.23899/relacult.v10i1.2523Palavras-chave:
Patrimônio; Autoritarismo; Estado.Resumo
Este artigo tem por objetivo caracterizar a formação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) a partir de seu viés ideológico construído pelos intelectuais que participaram da criação do órgão máximo de gestão do patrimônio cultural brasileiro, no momento de instauração do regime autoritário do Estado Novo. Para decidir o que deveria ser preservado ou não do patrimônio edificado foi formulado o conceito de Patrimônio Nacional entendido como a arquitetura barroca luso-brasileira erigida como o símbolo da nação. Tal ideologia possibilitou em parte que o regime Varguista consolidasse no imaginário da sociedade uma origem comum do povo brasileiro calcado no chamado patrimônio de pedra e cal. No instante em que o pensamento autoritário exigia a intervenção de um Estado ditatorial conduzindo a sociedade nasce um órgão controlado por intelectuais que tinham uma vinculação ao movimento modernista e que acabam participando deste Estado autoritário. Analisar essa relação entre intelectuais modernistas na área do patrimônio cultural e o Estado Novo, sua influência no conceito de patrimônio nacional e suas implicações na constituição do IPHAN e sua política de preservação patrimonial é o escopo deste trabalho com vista a identificar elementos do pensamento autoritário em um discurso considerado por seus formuladores como puramente técnico e despojado de conteúdo ideológico.
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