EDUCAÇÃO E ANCESTRALIDADE EM LIMA BARRETO: UM NARRADOR EM BUSCA DA RECONCILIAÇÃO COM O PASSADO
DOI :
https://doi.org/10.23899/relacult.v4i2.913Mots-clés :
Ancestralidade, Educação, Racismo, Lima Barreto.Résumé
Trata-se de uma discussão sobre a narrativa do escritor negro Lima Barreto sobre o tema da ancestralidade da cultura afro-brasileira e sua importância na educação dos jovens. Lima Barreto foi um autor crítico das instituições políticas, sociais e econômicas da Primeira República no Brasil, no período do início do século XX. Através da literatura, romances, contos e crônicas, Lima Barreto retratou uma população de excluídos sociais: os negros, os pobres, as mulheres negras, os loucos etc. O presente artigo objetiva apresentar um recorte da obra de Lima Barreto, expondo como sua narrativa literária reivindica por uma ancestralidade da população afrodescendente. A partir do ponto de vista crítico de Lima Barreto, analisa-se: o contexto histórico das teorias raciais em voga no Brasil do início do século XX; a importância de defender a ideia de ancestralidade enquanto uma forma de resistência nas narrativas, na cultura e na religiosidade que são transmitidas de uma geração mais antiga para uma nova geração. A partir dessas reflexões, o texto propõe um diálogo entre o conhecimento da ancestralidade apresentado nas narrativas de Lima Barreto e uma possível conscientização da formação da sociedade brasileira aos jovens estudantes.Références
ALBUQUERQUE, Wlamyra Ribeiro; FRAGA, Walter. Uma história do negro no Brasil. Salvador: Centro de Estudos Afro-Orientais; Brasília: Fundação Cultural Palmares, 2006.
BARBOSA, Francisco de Assis. A vida de Lima Barreto. 8. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2002.
BARRETO, Lima. Vida e Morte de M. J. de Sá Gonzaga. Revista do Brasil. São Paulo, 1919.
BARRETO, Lima. Os Bruzundangas. São Paulo: Ática, 2012.
BARRETO, Lima. Diário Íntimo. 1956. Link: http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=2078 . Acesso: 01 de Março de 2018.
BARRETO, Lima. Histórias e Sonhos. São Paulo: Martins Fontes, 2008.
BARRETO, Lima. Contos Completos de Lima Barreto (org. Lilia Moritz Schwarcz). Rio de Janeiro: Companhia da Letras, 2011.
BARRETO, Lima. Triste Fim de Policarpo Quaresma. 24ª edição. São Paulo: Ática, 2010.
BARRETO, Lima. Recordações do Escrivão Isaías Caminha. São Paulo: Ática, 1997.
BRASIL. Ministério da Educação. Orientações e Ações para a Educação das Relações Étnico-Raciais. Brasília: SECAD, 2006. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/orientacoes_etnicoraciais.pdf> Acesso: 02 de abril de 2018.
CÂNDIDO, Antonio. Os olhos, a barca e o espelho. In: HOUAISS, Antônio e Figueiredo, Carmem Lúcia Negreiros de (Org.). Lima Barreto – Triste fim de Policarpo Quaresma (Edição crítica). Madri: Coleção Archivos/Scipione Cultural, 1997.
CUNHA, Euclides da. Os sertões. São Paulo: Círculo do Livro,1984.
LACERDA, João Batista. The Metis, or half-breeds, of Brazil. Link: http://etnolinguistica.wdfiles.com/local--files/biblio%3Alacerda-1911-metis/lacerda_1911_metis.pdf Acesso: 01 de Março de 2018.
MACHADO, Vanda. Tradição oral e vida africano, afro-brasileira. In: SOUZA, Forentina; LIMA, Maria Nazaré. Literatura Afrobrasileira. Salvador: Centro de Estudos Afro-Orientais; Brasília: Fundação Cultural Palmares, 2006.
MACHADO, Vanda; PETROVICH, Carlos. Irê Ayó: Mitos Afro-brasileiros. Salvador: EDUFBA, 2004.
OLIVEIRA, Eduardo. Filosofia da ancestralidade: corpo e mito na filosofia da educação brasileira. Curitiba: Editora Gráfica Popular, 2007.
RODRIGUES, Nina (1899). Mestiçagem, degenerescência e crime. Hist. cienc. Saúde Manguinhos [online], v.15, n. 4, p. 1151-1180, 2008. ISSN 0104-5970.
SCHWARCZ, Lilia Moritz. Lima Barreto: triste visionário. 1a ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.
VERÍSSIMO, José. “Lima Barreto”. In: BARRETO, Lima. Prosa seleta. Rio de Janeiro: Editora Nova Aguilar, 2001.
Téléchargements
Publiée
Numéro
Rubrique
Licence
Les auteurs qui publient dans cette revue acceptent les conditions suivantes :
Les auteurs conservent les droits d’auteur de leurs œuvres et accordent à RELACult le droit de première publication. Tous les articles sont simultanément publiés sous la licence Creative Commons Attribution 4.0 International (CC BY 4.0), qui permet le partage, la distribution, la copie, l’adaptation et l’utilisation commerciale, à condition que la paternité originale soit correctement attribuée et que la première publication dans cette revue soit mentionnée.
RELACult met l’ensemble de son contenu en accès libre, augmentant ainsi la visibilité et l’impact des travaux publiés. Les informations de contact fournies dans le système de soumission sont utilisées exclusivement pour la communication éditoriale et ne seront pas partagées à d’autres fins.