Imagens em construção: satisfação corporal e transtornos alimentares em acadêmicos da área da saúde
DOI :
https://doi.org/10.23899/relacult.v4i0.759Mots-clés :
Ciências Humanas, Ciências SociaisRésumé
O presente estudo teve como objetivo analisar a satisfação com a imagem corporal dos acadêmicos do primeiro ano de cursos da área da saúde da Universidade Federal do Rio Grande e, ainda, identificar a existência de comportamentos de risco para o desenvolvimento de transtornos alimentares, mais especificamente da anorexia nervosa e da bulimia nervosa. Participaram da pesquisa 111 alunos de ambos os sexos, dos cursos de Educação Física, Enfermagem, Medicina e Psicologia. Foram utilizados dois instrumentos de pesquisa, os quais são questionários autoaplicáveis: a Escala de Satisfação com a Imagem Corporal (ESIC) e o Teste de Atitudes Alimentares (EAT-26). Entre os resultados, 52,25% dos participantes relataram insatisfação com a própria aparência e 63,97% se disseram insatisfeitos com o seu peso. O curso que apresentou as maiores médias na ESIC e, consequentemente, maior satisfação tanto com a imagem corporal quanto com o peso, foi o curso de Educação Física. No Teste de Atitudes Alimentares (EAT-26), 18,9% (21 participantes) tiveram positividade, ou seja, apresentaram comportamento de risco para o desenvolvimento de transtornos alimentares, sendo que, 90,48% (19) deste grupo são mulheres e, no tocante ao curso, a Enfermagem teve 43,48% (10) dos seus alunos com EAT+. Verificamos ainda que existe correlação positiva e moderada, com significância estatística (p= 0,05, p≤0,01), entre os dois instrumentos (ESIC e EAT-26), indicando que quando a insatisfação com a imagem corporal é alta, o comportamento de risco para o desenvolvimento de transtornos alimentares também tende a ser alto.
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