Artesão ou guasqueiro: Uma discussão sobre identidade e Memória
DOI :
https://doi.org/10.23899/relacult.v3i2.422Mots-clés :
Guasqueria, Identidad, Memória, Cuero-crudo, Artesania.Résumé
O artesanato em couro, guasquería, é uma prática tradicional que se mantém na contemporaneidade através das transformações de significados dos objetos produzidos e pela adoção de novos materiais de produção. As técnicas de produção são manuais, o que a caracteriza como artesanato. Possui forte ligação com a zona rural, principalmente com as atividades equestres. Nosso objetivo foi promover a análise desse processo artesanal tradicional do artefato em couro (guasquería) na cidade de Jaguarão e sua influência na identidade de seus praticantes, levando em conta o saber/fazer do artesão/guasqueiro para compreender se houve modificações e como ocorre a conservação-transformação das técnicas de produção. A metodologia consistiu em uma proposta etnográfica através de entrevista semiestruturada com 04 artesãos/guasqueiro. Como principais resultados podemos destacar: a partir das narrativas de nossos informantes que todos os entrevistados viveram ou trabalharam na zona rural; persistem as técnicas tradicionais/contemporâneas e o modo de produção; continua o saber/fazer apreendido pela transmissão de conhecimento entre indivíduos que possuíam laços íntimos com o aprendiz; o meio urbano/rural em que a prática de guasquería é um artesanato “rural”, onde seus criadores vivem em espaço urbano; por fim, a visão do guasqueiro, em relação ao sua identidade, é de se considerar guasqueiro por trabalhar com couro cru e artesão por trabalhar de forma manual. Concluímos que os praticantes desse oficio se consideram guasqueiros, mas também, artesão. Em um diálogo não conflituoso. O eu guasqueiro e o eu artesão se complementam.
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