Corpo-território, mito e comunicação visual
cartografia da identidade visual do álbum Ojunifé de Majur
DOI :
https://doi.org/10.23899/3ppzk173Mots-clés :
corpo-território, mitologia, comunicação visual, cartografia sentimental, desenhoRésumé
O presente trabalho surge de uma confluência interdisciplinar que conecta os conceitos de corpo-território como o lugar zero da percepção do indivíduo, segundo Miranda (2020) e Muniz Sodré (2002), desenho como forma de comunicação e área de conhecimento (Ferreira, 2017), e mitologia, entendida, com base em Sodré (2017), como uma tecnologia ancestral de compartilhamento de saberes e uma memória continuada de um povo em diáspora, como o caso dos iorubás escravizados. Parte-se do pressuposto de que o corpo-território é um espaço de comunicação visual, capaz de desenhar elementos mitológicos por meio de cores, vestimentas, poses e gestos. Nesse sentido, a cartografia sentimental (Rolnik, 2011) surge como uma metodologia capaz de compreender os significados e sentidos que emergem enquanto um território existencial formado na relação entre a imagem ou sujeito observado e o corpo-território de quem observa. Com base nisso, este estudo se propõe a cartografar a identidade visual do álbum Ojunifé da cantora soteropolitana e mulher transexual Majur, reconhecendo-a como um fenômeno que viabiliza a abordagem deste trabalho.
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