Lima Barreto Como Pensador Social
Breves considerações sobre o lugar do negro na Primeira República
DOI :
https://doi.org/10.23899/y150bk96Mots-clés :
portuguêsRésumé
L'objectif de cet article est d'analyser quelques points concernant la place réservée aux Noirs après l'abolition de l'esclavage. À travers le regard de l'écrivain Lima Barreto, nous analyserons comment le processus de modernisation qui a eu lieu dans la Première République (1889-1930) a expulsé les Noirs nouvellement libérés vers la périphérie des villes. Dans cette perspective, nous verrons comment les favelas se sont formées et comment l'écrivain nous a montré, dans plusieurs de ses œuvres, que cette banlieue était en passe de devenir un élément de ségrégation raciale. Lima Barreto a dénoncé le fait que les Noirs étaient abandonnés par le gouvernement et qu'ils n'étaient pas accueillis par la société. Les premières formations de ce que nous appelons aujourd'hui les favelas sont décrites dans ses œuvres, c'est pourquoi nous allons voir comment elles ont vu le jour. Pour ce faire, outre l'évocation de certaines de ses œuvres, nous inclurons une nouvelle spécifique de l'auteur - O Moleque - dans laquelle nous montrerons comment l'écrivain construit le récit et met en scène deux personnages noirs. En utilisant la méthode d'analyse sociologique proposée par Antonio Candido (2006), nous tenterons de mettre en évidence les particularités de la forme d'expression de Lima Barreto, afin de comprendre la structuration historique décrite, sa dynamique et ses contradictions. À l'issue de cette recherche, nous montrerons que la littérature peut être une source importante pour comprendre les dilemmes de la société à une époque donnée et que Lima Barreto a été un penseur social important.
Références
AMORIM, C. Lima Barreto: ficção como denúncia. ‘In: Ensaios Premiados: a obra de Lima Barreto. Brasília: Ministério das Relações Exteriores, 2008.
BARBOSA, F. de A. A vida de Lima Barreto. Rio de Janeiro: José Olympio, 2012.
BARRETO, A. H de L. O Moleque. In: História e sonhos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2018.
BELCHIOR, P. Tristes subúrbios: literatura, cidade e memória em Lima Barreto (1881-1922). Dissertação (Mestrado). Universidade Federal Fluminense, 2011
CANDIDO, A. Literatura e sociedade. Rio de Janeiro: Ouro Sobre Azul, 2006.
CARVALHO, J. M. de. Cidadania: tipos e percursos. In: Estudos Históricos. N.º18/1996. Disponível em http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/reh/article/viewFile/2029/1168. Acesso em 2 Jul. 2024.
CARVALHO, J. M. de. Os bestializados e a República que não foi – São Paulo: Companhia da Letras, 1987.
CARVALHO, J. M. de. A formação das almas: O imaginário da república no Brasil.
S.P., Cia das Letras, 1990.
CHAGAS, G. A língua dos anjos caídos não se ouve no Brasil: uma leitura decolonial do conto “O moleque”, de Lima Barreto. Revell - Revista de Estudos Literários da UEMS, [S. l.], v. 2, n. 32, p. 53–78, 2022. DOI: 10.61389/revell.v2i32.7047. Disponível em: https://periodicosonline.uems.br/index.php/REV/article/view/7047. Acesso em: 2 Jul. 2024.
CHALHOUB, S. Cidade febril: Cortiços e epidemias na corte Imperial. São Paulo. Companhia das Letras, 1996.
CHALHOUB, S. Trabalho, lar e botequim: o cotidiano dos trabalhadores no Rio de Janeiro da Belle Epoque. Campinas/SP: Editora Unicamp, 2012.
CRUZ, H. D. da. Os morros cariocas no novo regime: notas de reportagem. Rio de Janeiro: S/E. 1941.
COUTINHO, C. N. O significado de Lima Barreto na Literatura Brasileira. In: Realismo e anti-realismo na Literatura Brasileira. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1972, pp. 1-74.
FERNANDES, F. A integração do negro na sociedade de classe. São Paulo: Editora Globo, 2008.
FERNANDES, F. Sociedade de classes e subdesenvolvimento. 4. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1981.
FERNANDES, F. O significado do protesto negro. São Paulo: Cortez, 1989.
FERNANDES, F. O protesto negro. Rev. São Paulo em Perspectiva, São Paulo, n. 02, v. 02. abr./jun. 1988.
FERNANDES, F. A revolução burguesa no Brasil: ensaio de interpretação sociológica. 5. ed. São Paulo: Globo, 2006.
MATTOS, R. C. As Favelas na Obra de Lima Barreto. Revista Urbana, ano 02, n. 02, Dossiê: Cidade, Imagem, História e Interdisciplinaridade. Disponível em https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/urbana/article/view/8635236/3040. Acesso em: 14 Set. 2024.
MATTOS, R. C. Pelos Pobres! As campanhas pela construção de habitações populares e o discurso sobre as favelas na Primeira República. Tese (Doutorado em História) – Departamento de História, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2008.
QUEIROZ FILHO. A. P. de. Sobre as origens da favela. Revista Mercator, Fortaleza, v. 10, n. 23, p. 33-48, set./dez. 2011. Disponível em file:///C:/Users/Particular20/Downloads/651-1-3002-5-10-20120511%20(1).pdf. Acessado em 29 de Ago. 2024.
RESENDE, B. Lima Barreto e o Rio de Janeiro em fragmentos. São Paulo. 2016. Editora Autêntica.
SAES, D. A formação do Estado burguês no Brasil (1888-1891). 2. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985.
SAES, D. República do capital: capitalismo e processo político no Brasil. São Paulo: Boitempo, 2001.
SANT’ANNA, C. N. de. Marcas e metáforas do Rio de Janeiro escrito e vivido por Lima Barreto, 2013. Tese (Doutorado em Ciências Sociais.) - Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2013
.
SCHWARCZ, L. M. O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil: 1870-1930.São Paulo: Companhia das Letras, 1993.
SCHWARCZ, L. M. Lima Barreto: triste visionário. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.
SILVA, K. V.; SILVA, M. H. Dicionário de conceitos históricos. 2.ª Ed. São Paulo: Ed. Contexto, 2009.
SEVCENKO, N. Literatura como missão. Tensões sociais e criação cultural na Primeira República. São Paulo: Brasiliense, 1995.
SEVCENKO, N. A revolta da vacina: mentes insanas em corpos rebeldes. São Paulo: Scipione, 2003.
VALLADARES, L. do P.. A invenção da favela: do mito de origem à favela.com. Rio de Janeiro: FGV Editora. 2005.
Téléchargements
Publiée
Numéro
Rubrique
Licence
(c) Copyright Silvana Mansano 2025

Ce travail est disponible sous licence Creative Commons Attribution - Pas d’Utilisation Commerciale 4.0 International.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a) Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License BY-NC (https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da sua autoria e publicação inicial nesta revista.
b) Esta revista proporciona acesso público a todo o seu conteúdo, uma vez que isso permite uma maior visibilidade e alcance dos trabalhos publicados. Para maiores informações sobre esta abordagem, visite Public Knowledge Project, projeto que desenvolveu este sistema para melhorar a qualidade acadêmica e pública da pesquisa, distribuindo o OJS assim como outros softwares de apoio ao sistema de publicação de acesso público a fontes acadêmicas. Os nomes e endereços de e-mail neste site serão usados exclusivamente para os propósitos da revista, não estando disponíveis para outros fins.