Pedagogia queer em tempos de “ideologia de gênero” e “kit gay”
DOI :
https://doi.org/10.23899/relacult.v7i4.2035Mots-clés :
Pedagogia queer, Gênero, Escola, SociedadeRésumé
Na sociedade brasileira contemporânea atuam grupos sociais contrários à expansão dos direitos sexuais e do debate sobre gênero e sexualidade. Tais grupos denominam essas discussões pejorativamente de “ideologia de gênero”. Esse fenómeno também alcança o sistema educativo, gerando críticas a professores e a instituições escolares que discutam aspectos de diversidade. Exemplo disso é o furor gerado pela crença no “kit gay”, o qual permite notar quão problemático é dialogar sobre o queer nas escolas brasileiras. Ao se pretender uma instituição onde impera a neutralidade de gênero, a escola acaba reproduzindo as rígidas normativas sexuais e de gênero. Torna-se necessário que esta se posicione de maneira contrária à cisnormatividade, uma vez que o ambiente escolar acaba segregando os corpos e sexualidades considerados dissidentes. Apesar das dificuldades, considera-se que a pedagogia queer é uma maneira relevante de tornar o sistema educativo mais capaz de receber a população LGBTQI. Portanto, o objetivo deste trabalho é apresentar algumas possibilidades para implementar uma pedagogia queer nas escolas brasileiras. Desse modo, explica o conceito de pedagogia queer, discute o fenómeno do “kit gay”, relacionando-o à crença na ‘ideologia de gênero” e apresenta estratégias para levar a cabo uma proposta pedagógica queer. Assim, espera-se minimizar o potencial problemático de discutir sobre gênero e sexualidade nas instituições escolares.
Palavras-Chave: Pedagogia queer; Gênero; Escola; Sociedade;
Références
BALDWIN, J. Giovanni. São Paulo: Novo Século, 2008.
BUTLER, J. Cuerpos que importan: sobre los límites materiales y discursivos del “sexo”. Buenos Aires: Paidós Ibérica, 2002.
BONASSI, B. Cisnorma: acordos societários sobre o sexo binário e cisgênero. 2017. 123 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) – Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2017. Disponible en: https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/182706/349130.pdf?sequence=1. Acceso en 25 jul. 2020.
CÉSAR, M.R.d.A. A diferença no currículo ou intervenções para uma pedagogia queer. ETD-Educação Temática Digital, Campinas, v. 14, n.1, p.351-362, jan./jun. 2012. ISSN 1676-2592. Disponible en: https://nbn-resolving.org/urn:nbn:de:0168-ssoar-313134. Acceso en 29 jul. 2020.
DONOSO, J. O lugar sem limites. São Paulo: Cosac Naify, 2013.
FOUCAULT, M. Historia de la sexualidad I: la voluntad de saber. Madrid: Siglo XXI, 1978.
HERZER, A. A queda para o alto. Petrópolis: Vozes, 2007.
LANZ, L. Por que tenho medo de lhe dizer quem sou? In: RIBEIRO, P.R.C. [et al.]. (Org.). Corpo, gênero e sexualidade: resistência e ocup(ações) nos espaços de educação. Rio Grande do Sul: Ed. Da FURG, 2018. Disponible en: http://repositorio.furg.br/handle/1/7746. Acceso en 20 jul. 2020.
LOURO, G. L. Um corpo estranho: ensaios sobre sexualidade e teoria queer. Belo Horizonte: Autêntica, 2004.
MARANHÃO FILHO, E.M.A; COELHO, F.M.F; DIAS, T.B. “Fake news acima de tudo, fake news acima de todos: Bolsonaro e o “kit gay”, “ideologia de gênero” e fim da “família tradicional”. Revista Eletrônica Correlatio, São Paulo, v. 17, n. 2, p. 65-90, dez. 2018. ISSN 1677-2644. Disponible en: https://www.metodista.br/revistas/revistas-ims/index.php/COR/article/view/9299. Acceso en: 23 jul. 2020.
MISKOLCI, R; CAMPANA, M. “Ideologia de gênero”: notas para a genealogia de um pânico moral contemporâneo. Sociedade e estado, Brasília, v. 32, n. 3, p. 725-748, dez. 2017. ISSN 0102-6992. Disponible en: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-69922017000300725&lng=en&nrm=iso. Acceso en: 24 jul. 2020.
MISKOLI, R. Exorcizando um fantasma: os interesses por trás do combate à “ideologia de gênero”. Cadernos Pagu, Campinas, n. 53, p. 1-14, jun. 2018. ISSN 1809-4449. Disponible en: https://www.scielo.br/pdf/cpa/n53/1809-4449-cpa-18094449201800530002.pdf. Acceso en: 23 de jul. de 2020.
PERRONE-MOISÉS, L. A criação do texto literário. In:________(Org.). Flores na escrivaninha. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
PORTO, A. V. Sergio Y. vai à América. São Paulo: Companhia das Letras, 2014.
REA, C. A; AMANCIO, I. M. S. Descolonizar a sexualidade: Teoria Queer of Colour e trânsitos para o Sul. Cadernos Pagu, Campinas, n. 53, p.01-38, out. 2018. ISSN 1809-4449. Disponible en: https://www.scielo.br/pdf/cpa/n53/1809-4449-cpa-18094449201800530015.pdf. Acceso en: 24 set. 2020.
ROMANCINI, R. From “gay kit” to “indoctrination monitor”: the conservative reaction in Brazil. Contracampo, Rio de Janeiro, v. 37, n. 2, ago./dez. 2018. ISSN 2238-2577. Disponible en: https://periodicos.uff.br/contracampo/article/view/17628/1102. Acceso en 20 jul. 2020.
TRUJILLO, G. Pensar desde otro lugar, pensar lo impensable: hacia una pedagogía queer. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 41, n.spe, p.1527-1540, dez. 2015. ISSN 1678-4634. Disponible en: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1517-97022015001001527&script=sci_arttext&tlng=es. Acesso en: 22 jul. 2020.
Téléchargements
Publiée
Numéro
Rubrique
Licence
(c) Copyright Melissa Salinas Ruiz 2021

Ce travail est disponible sous licence Creative Commons Attribution - Pas d’Utilisation Commerciale 4.0 International.
Les auteurs qui publient dans cette revue acceptent les conditions suivantes :
Les auteurs conservent les droits d’auteur de leurs œuvres et accordent à RELACult le droit de première publication. Tous les articles sont simultanément publiés sous la licence Creative Commons Attribution 4.0 International (CC BY 4.0), qui permet le partage, la distribution, la copie, l’adaptation et l’utilisation commerciale, à condition que la paternité originale soit correctement attribuée et que la première publication dans cette revue soit mentionnée.
RELACult met l’ensemble de son contenu en accès libre, augmentant ainsi la visibilité et l’impact des travaux publiés. Les informations de contact fournies dans le système de soumission sont utilisées exclusivement pour la communication éditoriale et ne seront pas partagées à d’autres fins.