Ensino superior, ecologia de saberes e presença indígena na Universidade pública: uma proposta de pesquisa
DOI :
https://doi.org/10.23899/relacult.v7i4.2001Mots-clés :
Ensino superior, ecologia de saberes, políticas públicas de acesso à universidade.Résumé
As Ciências Humanas e Sociais constituem campo privilegiado para refletir a respeito da produção do conhecimento, suas características e efeitos na sociedade mais ampla. Nessa linha, as universidades são lócus de produção de uma forma específica de conhecimento, o científico, que, historicamente, caracterizou-se por ser restrito à elite, dando dimensão de universal para um saber ocidental e moderno. Nesse sentido, excluiu coletivos portadores de conhecimentos relevantes, dando-os como inexistentes. No Brasil, as políticas públicas contribuíram, nos últimos anos, para mudar o perfil da universidade, incluindo coletivos historicamente dela excluídos. Paradoxalmente, do ponto de vista político, esse tem sido um elemento que vem atraindo críticas à universidade pública, que passou a ser questionada em sua relevância social e competência na produção de conhecimento. O artigo apresenta reflexões pertinentes a um projeto de pesquisa que propõe uma análise do processo de expansão da universidade pública no Brasil, especialmente no que se refere à ampliação das políticas de acesso à universidade e, de forma específica, situando esse aspecto na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, UEMS, focando no acesso dos coletivos indígenas à universidade. A pergunta de fundo para a pesquisa se refere às relações provocadas pelas presenças desses coletivos, quais são os efeitos para a promoção de uma ecologia de saberes e quais são as políticas, experiências, projetos, metodologias, vivências nesse sentido. A metodologia consiste em uma abordagem etnográfica, considerando o envolvimento da equipe de pesquisa no campo onde ela ocorre, interdisciplinar, qualitativa, bibliográfica e documental, a partir de dados das coordenadorias e outras instâncias administrativas na universidade, eventos e documentos públicos produzidos por estudantes indígenas.
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