As poses, a composição e os acessórios na construção da masculinidade em anúncios publicitários: uma anatomia de poder
DOI :
https://doi.org/10.23899/relacult.v6i3.1904Mots-clés :
Anúncios publicitários, Multimodalidade, Códigos, Masculinidade, Mídia.Résumé
Várias instituições, incluindo a família, igreja e escola, têm tentando transmitir noções sobre o que é ser “adequadamente" masculino e feminino. Por outro lado, a mídia, através de diversos veículos que incluem revistas, internet, televisão, jornais impressos ou digitais, também contribui para essa inculcação de "gênero", pois através dela a publicidade oferece suas próprias lições, apresentando sugestões sobre como alcançar a masculinidade ou feminilidade ideal. Neste sentido, faz-se crucial que os produtores empreguem diversas estratégias e códigos direcionados ao leitor para assegurar que os objetivos retóricos de persuasão sejam alcançados. O objetivo principal deste artigo é analisar as representações masculinas em épocas e contextos socioculturais diferentes na busca de identificar, através dos micro e macro aspectos, como certos códigos são capazes de transmitir as ideologias de uma época e contexto sociocultural específico. A relevância desse tipo de análise em anúncios publicitários pertencentes a períodos anteriores ao contexto atual está no fato de que tais investigações servem para demonstrar como a masculinidade é concebida em diferentes períodos e contextos socioculturais, levando a uma compreensão maior acerca de seu atual estágio. Para isso, foram selecionados três anúncios publicitários datados de 1969, 1979 e 1997. Para as análises dos anúncios, recorro a autores como Fairclough (1995), que analisa as tendências do discurso midiático, Eckert e McConnell-Ginet (2003) que consideram o discurso como uma atividade social significativa capaz de englobar aspectos verbais e não-verbais, focalizando o discurso dos gêneros sexuais, à multimodalide de Kress e van Leeuwen (2006), que focaliza nos elementos multimodais das imagens e a Callen (1998) que utiliza-se três eixos norteadores (poses e proporções, composição e mídia, e acessórios) para decodificar a linguagem visual. A análise dos anúncios demonstrou que, embora exista um intervalo de tempo transcorrido entre eles, há características em comum no sentido de preservar, fortalecer e enaltecer aspectos da masculinidade tradicional e hegemônica através de micro e macroelementos.
Références
BARRETT, M. Ideology and the Cultural Production of Gender. In. Newton, J. and Rosenfelt, D. (eds.) Feminist Criticism and Social Change. NY: Methuen, pp. 65-85. 1985.
BOURDIEU, Pierre. A Dominação Masculina. Rio de Janeiro: Ed. Bertrand, 2003.
BROD, H. The Making of Masculinities. Boston: Allen & Unwin. 1987.
BUCHOLTZ, M.; HALL, K. Identity and interaction: a sociocultural linguistic approach. In. Discourse Studies n. 7, p. 585-614, 2005.
CALLEN, A. Ideal masculinities: an anatomy of power. In. The visual culture reader. Ed. Routledge. London. 1998. p.p 401-414.
CONNELL, R. W. Masculinities. Berkeley: Los Angeles, 2005.
ECKERT, P.; McCONNEL-GINET, S. Language and Gender. New York: Ed. Cambridge, 2003.
FAIRCLOUGH, N. Language and Power. London: Longman, 1989.
_____. Critical Language Awareness. London: Routledge, 1992a.
_____. Discurso e Mudança Social. Brasília: Editora da UnB, 1992b.
_____. Discourse and Social Change. Cambridge: Polity, 1994.
_____. Media Discourse. London: Hodder Arnold, 1995.
_____. Discurso e Mudança Social. Brasília: Editora da UnB, 2001.
FALCONNET, Georges. La Fabrication des Mâles. Paris: Éditions du Seuil, 1975.
FOUCAULT, M. A Ordem do Discurso. São Paulo: Ed. Loyola, 2007.
FOWLER, R. Language in the news. London: Routledge, 1991.
_____. Linguistic Criticism. New York: Oxford, 1996.
HALLIDAY, M. A. K. Language and a Social Semiotic: The social interpretation of language and meaning. London: Edward Arnold, 1978.
_____. An Introduction to Functional Grammar. London: Edward Arnold, 1994.
HALLIDAY, M. A. K.; MATTHIESSEN, C. M. I. M. An Introduction to Functional Grammar. 3. ed. London: Ed. Arnold, 2004.
HALLIDAY, M. A. K; HASAN, R. Language, context and text: aspects of language in a social-semiotic perspective. Oxford: Oxford University Press, 1989.
HOLMES, J. Women, Men and Politeness. New York: Cambridge, 1995.
HORSLEY, R. Men’s Lifestyle Magazines and the Construction of Male Identity. 2005. Tese de doutorado. University of Leeds, Institute of Communications Studies.
KERVIN, D. Advertising masculinity: the representation of males in Esquire advertisements. Sage. Pennsylvania. 2016, p. 51-60. Disponível: https://journals.sagepub.com/doi/abs/10.1177/019685999001400106?journalCode=jcia. Acesso: 30-05-2020.
KIESLING, S. Men, Masculinities and Language. Language and Linguistics Compass, p. 653-673, 2007.
KRESS, G.; van LEEUWEN, T. Reading images: The grammar of visual design. London: Routledge, 1996.
_____. Colour as a semiotic mode: notes for a grammar of colour. London: Sage Publications, 2002.
_____. Reading images: The grammar of visual design. 2. ed. London: Routledge, 2006.
LI, J. Transitivity and lexical cohesion: Press representations of a political disaster and its actors. Journal of Pragmatics, 42.12, p. 3444-3458, 2010.
MACNAMARA, J. Media and Male Identity: The Making and Remaking of Men. New York: Ed. Palgrave, 2006.
MIRZOEFF, N. The visual culture reader. Ed. Routledge. London. 1998.
MORLEY, D. The Nation-Wide Audience: Structure and Decoding. London: BFI. 1980.
NOLASCO, Sócrates. O Mito da Masculinidade. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1993.
OLIVEIRA, P. A Construção Social da Masculinidade. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2004.
RAKOW, L. Rethinking Gender Research in Communication. Journal of Communication. vol. 36, no. 4, Autumn, pp. 11-26. 1986.
SOARES, L. A. A masculinidade na capa da revista Men s Health: uma abordagem da linguística crítica sob o enfoque sistêmico-funcional. 2015. Tese (Doutorado em Linguística) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2015.
VAN DIJK, T.A. Principles of Critical Discourse Analysis. Sage Journal, v. 4, n. 2, p. 249-283, 1993.
Téléchargements
Publiée
Numéro
Rubrique
Licence
Les auteurs qui publient dans cette revue acceptent les conditions suivantes :
Les auteurs conservent les droits d’auteur de leurs œuvres et accordent à RELACult le droit de première publication. Tous les articles sont simultanément publiés sous la licence Creative Commons Attribution 4.0 International (CC BY 4.0), qui permet le partage, la distribution, la copie, l’adaptation et l’utilisation commerciale, à condition que la paternité originale soit correctement attribuée et que la première publication dans cette revue soit mentionnée.
RELACult met l’ensemble de son contenu en accès libre, augmentant ainsi la visibilité et l’impact des travaux publiés. Les informations de contact fournies dans le système de soumission sont utilisées exclusivement pour la communication éditoriale et ne seront pas partagées à d’autres fins.