Aprendizagens e desaprendizagens sobre direitos sexuais e reprodutivos perante as experiências de saúde das mulheres negras rurais maranhenses
DOI :
https://doi.org/10.23899/relacult.v5i5.1594Mots-clés :
Direitos reprodutivos, Estudos descoloniais, Interseccionalidade, Mulheres negrasRésumé
O trabalho apresenta as questões preliminares do estudo sobre saúde sexual e reprodutiva de mulheres negras de comunidades rurais do interior maranhense. Para elas a única política pública de saúde disponível é o Programa Saúde da Família. Quando elas precisam fazer um pré-natal têm que se descolar até a unidade básica de atenção primária, localizada na sede do município, ou mais de 20 km até o Hospital Geral; caso elas precisem de um parto na rede hospitalar somente encontrarão maternidade nos municípios vizinhos, distantes mais de 30 km. Com estes casos, este artigo quer dar ênfase a outras vivências e práticas de saúde sexual e reprodutiva ainda não contempladas por política públicas universais. Aponta críticas à pretensão universalista dos direitos sexuais e reprodutivos conquistados pelo movimento feminista nas conferências da ONU, na cidade do Cairo em 1994 e em Pequim no ano de 1995. A luta por estes direitos tem sido marcada por reivindicações do livre exercício do corpo, principalmente por mulheres de classes médias. Fato que desperta indagações se todas as mulheres têm a percepção ou a reivindicação do seu corpo como uma propriedade individual? E quais forças sociais bloqueiam o avanço desses direitos a todas as mulheres? Os direitos sexuais e reprodutivos são entendidos como teóricos e utópicos visto que são idealizados como universais sem levar em conta as diferenças e contradições socioculturais. Falar de saúde sexual e reprodutiva de mulheres sem marcar suas pluralidades e sua as fronteiras das desigualdades, faz com que somente uma parte delas seja atendida. Portanto, este estudo reflete criticamente sobre o lugar do outro e a interação de suas múltiplas opressões. Para tanto, se apoia nas teorias interseccionais e nos estudos descoloniais.
Références
ÁVILA, Maria Betânia de Melo. Modernidade e cidadania reprodutiva. CFEMEA, Brasília (CF), 1994. p.9-25.
BRAH, Avtar. Diferença, diversidade, diferenciação. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/cpa/n26/30396.pdf>. Acesso em: 04 de janeiro de 2016.
BRASIL. Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM). “Igualdade de Gênero no Campo, na Floresta e nas Águas”. Disponível em: < http://www.spm.gov.br/assuntos/mulheres-do-campo-e-da-floresta>. Acesso em 07 de dezembro de 2015.
BRASIL. Ministério do desenvolvimento agrário. Gênero, agricultura familiar e reforma agrária no Mercosul, Brasília, 2006.
COLLINS, Patricia Hill. Se perdeu na tradução? Feminismo negro, interseccionalidade e política emancipatória. Disponível em: http://revistaseletronicas.fiamfaam.br/index.php/recicofi/article/view/559. Acesso em 28/12/18.
CRENSHAW, Kimberlé. Documento para o encontro de especialistas em aspectos da discriminação racial relativos ao gênero. Estudos feministas. Ano 10, 1º semestre, 2002.
LIMA, Maria Deuzamar. O Coletivo de Mulheres Trabalhadoras Rurais do Maranhão: participação política e mudança social da mulher trabalhadora rural. 2015. 40f. Monografia - Curso de Pós-Graduação Especialização em Questão Agrária, Agroecologia e Educação, Instituto de Educação Ciência e Tecnologia Campus São Luís Maracanã, São Luís, 2015.
MINELLA, Luzinete Simões. Gênero e Contracepção: uma perspectiva Sociológica. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2005.
MOUFFE, Chantal. O Regresso do político. Lisboa: Gradiva, 1996.
SCAVONE, L. Dar e cuidar da vida: feminismo e Ciências Sociais. São Paulo: Editora UNESP, 2004.
SCOTT, Joan. GÊNERO: uma categoria útil para análise histórica. Disponível em: <http://www.observem.com/upload/935db796164ce35091c80e10df659a66.pdf> Acesso em: 04 de agosto de 2014.
Téléchargements
Publiée
Numéro
Rubrique
Licence
Les auteurs qui publient dans cette revue acceptent les conditions suivantes :
Les auteurs conservent les droits d’auteur de leurs œuvres et accordent à RELACult le droit de première publication. Tous les articles sont simultanément publiés sous la licence Creative Commons Attribution 4.0 International (CC BY 4.0), qui permet le partage, la distribution, la copie, l’adaptation et l’utilisation commerciale, à condition que la paternité originale soit correctement attribuée et que la première publication dans cette revue soit mentionnée.
RELACult met l’ensemble de son contenu en accès libre, augmentant ainsi la visibilité et l’impact des travaux publiés. Les informations de contact fournies dans le système de soumission sont utilisées exclusivement pour la communication éditoriale et ne seront pas partagées à d’autres fins.