Deslocamentos de fronteiras: percurso e produção musical de Gonzagão e Gonzaguinha
DOI :
https://doi.org/10.23899/relacult.v5i5.1525Mots-clés :
Fronteiras Culturais, Gonzagão e Gonzaguinha, Música e Identidades, Percursos DecoloniaisRésumé
O presente trabalho pretende discutir de que forma os percursos, permeados por diversas fronteiras que hierarquizam saberes, poderes e enunciados, interferiram na produção artística de dois músicos brasileiros, oriundos de lugares historicamente marginalizados no Brasil, a saber: Luiz Gonzaga do Nascimento (conhecido como Gonzagão), vindo do sertão de Pernambuco para ganhar as paradas de sucesso no Rio de Janeiro nos anos 1940/50 e Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior (o Gonzaguinha), nascido no Morro de São Carlos/Rio de Janeiro, que alcançou grande sucesso entre as décadas de 1970/80. Interessa investigar quais estratégias e táticas cada um desses artistas utilizou para driblar as fronteiras que separam o "centro" e a "periferia" e alcançar o cobiçado panteão da Música Popular Brasileira. Tal discussão é parte da pesquisa de doutorado em Estudos de Cultura (em curso) intitulada: Deslocamentos de fronteiras: percurso e produção musical de Gonzagão e Gonzaguinha na construção das brasilidades, realizada na Universidade de Lisboa. Para compreender a relação entre música, percurso e identidade, assim como para pensar a fronteira como construção simbólica serão tomados como aportes teóricos conceitos e reflexões oriundos do pensamento pós-colonial e decolonial.
Références
ALBUQUERQUE Jr., Durval Muniz de. A Invenção do Nordeste e outras artes. São Paulo: Cortez. 2005.
BAHIANA, A. M. Gonzaguinha termina mais um LP e perde o sono. Jornal de Ibraim Sued. Rio de Janeiro: 01 mai. 1976.
CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano: artes de fazer. Rio de Janeiro: Vozes, 2009.
ECHEVERRIA, Regina. Gonzaguinha e Gonzagão: uma história brasileira. São Paulo: Ediouro, 2012.
FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Salvador: Edufba, 2008.
GROSFOGUEL, Rámon. “Para descolonizar os estudos de economia política e os estudos pós-coloniais: transmodernidade, pensamento de fronteira e colonialidade global”. Revista Crítica de Ciências Sociais, 2008, n.80, p.115-147.
MIGNOLO, Walter D. Histórias locais/Projetos globais: colonialidade, saberes subalternos e pensamento liminar. Belo Horizonte: Editora UFMG (Humanitas), 2003.
NAPOLITANO, Marcos. História & Música. História cultural da música popular. 2 ed. Belo horizonte: Autêntica. 2005.
PORTELLI, Alessandro. Ensaios de história oral. São Paulo: Letra e voz, 2010.
QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do Poder e Classificação Social. In: SANTOS, Boaventura de Souza e MENEZES, Maria Paula (orgs). Epistemologias do Sul. Coimbra: Edições Almedina. SA. 2009.
SEVERIANO, Jairo; MELLO, Zuza H. de. A canção no tempo: 85 anos de música brasileiras. Vol. 02, 1958 - 1985. São Paulo: Ed 34, 1998.
VASCONCELOS, Cláudia P. Ser-Tão Baiano: o lugar da sertanidade na configuração da identidade baiana. Salvador: EDUFBA, 2011.
ZUMTHOR, Paul. A letra e a voz. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
Téléchargements
Publiée
Numéro
Rubrique
Licence
Les auteurs qui publient dans cette revue acceptent les conditions suivantes :
Les auteurs conservent les droits d’auteur de leurs œuvres et accordent à RELACult le droit de première publication. Tous les articles sont simultanément publiés sous la licence Creative Commons Attribution 4.0 International (CC BY 4.0), qui permet le partage, la distribution, la copie, l’adaptation et l’utilisation commerciale, à condition que la paternité originale soit correctement attribuée et que la première publication dans cette revue soit mentionnée.
RELACult met l’ensemble de son contenu en accès libre, augmentant ainsi la visibilité et l’impact des travaux publiés. Les informations de contact fournies dans le système de soumission sont utilisées exclusivement pour la communication éditoriale et ne seront pas partagées à d’autres fins.