A (de)colonialidade do patrimônio na América Latina: lugares do negro e do indígena no caso brasileiro e argentino
DOI :
https://doi.org/10.23899/relacult.v5i5.1496Mots-clés :
América Latina, Argentina, Brasil, (De)colonialidade, Patrimônio.Résumé
Este trabalho pretende analisar a conformação do campo patrimonial no Brasil e na Argentina, durante os séculos XIX e XX, no conjunto de representações e práticas que o definem na América Latina. Delineia-se o panorama de reivindicações sócio-políticas dos movimentos de luta negros e indígenas que reconfiguram, a partir de uma perspectiva (de)colonial da história, tais políticas patrimoniais no século XXI. A invenção dos Estados-Nação e a conformação do campo patrimonial são correlatos. A patrimonialização é instrumento de criação de narrativas nacionais enunciadas pelo poder público. Dessa forma salienta-se os conceitos civilizatórios, trazidos pela modernidade eurocêntrica, presentes nos estatutos do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), posteriormente sucedido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), para o caso brasileiro, e da Comisión Nacional de Museos y Monumentos y Lugares Históricos (CNMMYLH) para o caso argentino. São estes os órgãos estatais responsáveis pela institucionalização do silenciamento de memórias sociais e identidades coletivas, em detrimento da construção de uma única, a branca cristã. Observando, neste sentido, as dinâmicas de (re) apropriação e transformação no tempo das práticas culturais e como organizações em movimentos sociais, estes grupos subalternizados demandam novas concepções de cultura e patrimônio imaterial, mostrando, como resultado, a pluralidade cultural. As massas e as manifestações populares, esses setores historicamente excluídos, são valorizados e passaram a ser simbolicamente representados nestas nações.
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