Violência de gênero: uma questão cultural?
DOI :
https://doi.org/10.23899/relacult.v5i5.1455Mots-clés :
Relações de Gênero, Violência de Gênero, CulturaRésumé
O presente trabalho tem como objetivo elucidar a relação entre cultura e violência de gênero, abordando as dimensões históricas, econômicas e sociais da constituição desta forma específica de violência na contemporaneidade. A violência de gênero, enquanto fenômeno socialmente construído, se expressa para além de manifestações visíveis – denominada como violência aberta – atingindo de forma específica mulheres e homens, desde a mais tenra idade até a velhice. Compreendendo gênero enquanto padrão de organização social, que estabelece relações de poder diferenciadas entre mulheres e homens, podemos identificar uma forma sutil de reprodução da violência, uma violência estrutural e ressignificada de acordo com os movimentos dialéticos existentes na sociedade. É possível enxergar a dimensão cultural quando analisamos a reprodução acrítica de ações que reiteram esta forma de violência pela observação das inúmeras propagandas televisivas que objetificam corpos femininos; quando temos atrizes e atores com as mesmas características físicas interpretando reiteradamente os mesmos personagens nas telenovelas e quando ouvimos a idealização de “casal perfeito” nas músicas, por exemplo. Encontramos uma construção de padrão ideal balizado pelo viés branco, heterossexual e com boas condições financeiras, que afetam diretamente o modo de ser de toda a sociedade, com uma reprodução mandatória que não corresponde à realidade social da maior parte da população brasileira. Utilizando o método materialista histórico dialético, buscaremos compreender a relação que a idealização de papéis sociais atribuídos aos sexos feminino e masculino têm com a reprodução cultural da violência de gênero e refletir suas implicações nas relações sociais.
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