Reflexões sobre caminhos de pesquisa social em contextos de violência urbana e de Estado
DOI :
https://doi.org/10.23899/relacult.v4i3.1037Mots-clés :
favelas, mídias sociais digitais, pesquisa social, teorias críticas, violência.Résumé
Partindo da impossibilidade de dissociação do on e off line nas sociedades contemporâneas, este trabalho discute as possibilidades de integração entre metodologias digitais e etnográficas-participantes para a abordagem de contextos/situações de pesquisa perpassados pela violência urbana e de Estado. Para tanto, apresentam-se resultados sobre uma pesquisa feita em 2017 num conjunto de favelas cariocas a partir do monitoramento do Twitter no marco de um projeto de pesquisa de cunho qualitativo-participante sobre jovens, educação e cultura em contextos vulneráveis. Nos resultados, observa-se a pertinência da pesquisa em mídias digitais como complemento à pesquisa empírica qualitativa-participante tendo em vista sua potencialidade como “preenchimento de vazios” em situações onde o experiencial é impedido. Evidencia-se a efetividade da estratégia, na obtenção de dados contextuais, permitindo novos e diferenciados insights. Finalmente considera-se que as pesquisas que transitem por ambas esferas (a digital e a “experiencial”) permitem integrar análises possibilitando um maior entendimento da realidade social. Neste sentido, sugere-se a potencialidade das teorias críticas que abordam o encontro entre tecnologia, ciência, arte e sociedade para permitir olhares e ferramentas complementares às pesquisas sociais em contextos de violência e vulneração social.
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suprimido para não identificar autor, 2015.
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