"Mal Banal" e América Latina: uma análise por meio da perspectiva Arendtiana
DOI :
https://doi.org/10.23899/relacult.v2i4.309Mots-clés :
Arendt, "mal banal", Frei Bartolomé de Las Casas, ação, dignidade humanaRésumé
O presente ensaio visa a aproximar o conceito de "mal banal" utilizado por Arendt (1906-1975) para referir-se aos atos praticados durante os Totalitarismos da primeira década do séc. XX, o Nazista (1933-1945), em especial, com aqueles praticados na América, sobretudo a Espanhola, após o chamado "Descobrimento" (1492), exposto por Frei Bartolomé de las Casas (1474-1566). Para a prática do "mal banal", ou para a execução de atos maus, não é necessário que haja um agente maligno, religiosa ou ontologicamente tratando, ou com alguma espécie de fanatismo ou ideologia. Basta, apenas, alguém que não pense no que faz, não avalie os seus atos, não se coloque no lugar do outro, como fizeram os espanhóis, durante a denominada "Conquista da América" (1493-1550). A hipótese a ser desenvolvida é a de que, em ambos os eventos, a dignidade humana foi contornada porque o interesse de poucos prevaleceram: lucros, dominação, posse de terras, uso de mão de obra barata (escrava). Para que isso não continue a ocorrer, é preciso pensar. Torna-se necessário resistir e evitar que as práticas do mal aconteçam, e que as pessoas continuem sendo usadas como coisas, como meio, para algo que não seja a dignidade humana e a preservação do entorno.
Références
AQUINO, Rubim Santos Leão de; et al. História das Sociedades Americanas. Rio de Janeiro: Livraria Eu e Você, 1981.
ARENDT, Hannah. Origens do totalitarismo – antissemitismo, imperialismo e totalitarismo. São Paulo: Cia das Letras, 1989.
_____. A vida do espírito: o pensar, o querer, o julgar. Rio de Janeiro: Relume- Dumará/UFRJ, 1991.
_____. Lições sobre a filosofia Política de Kant. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1993.
_____. Eichmann em Jerusalém: um relato sobre a banalidade do mal. Paris: Gallimard, 1999.
_____. Responsabilidade e Julgamento. São Paulo : Cia das Letras, 2004.
LAS CASAS, Frei Bartolomé. O Paraíso Destruído: a sangrenta história da conquista da América Espanhola. PortoAlegre: L&PM, 1984.
LÉON-PORTILLA. A conquista da América vista pelos índios: relatos astecas, maias e incas. Trad. de Herldo Barbuy; Apres e notas de Eduardo Bueno. 2 ed, Petrópolis: Vozes, 1985.
SCHIO. Sônia Maria. Hannah Arendt: história e liberdade (da ação à reflexão), 2 ed., Porto Alegre: Clarinete, 2012.
_____. Hannah Arendt: o mal banal e o julgar. Revista Veritas. Porto Alegre, v. 56, n. 1, jan./abr. 2011, p. 127-135. Disponível em: https://bibliotecadafilo.files.wordpress.com/2013/10/1-sohio-hannah-arendt-o-mal-banal-e-o-julgar.pdf. acesso em 09/10/2016.
VESPÚCIO, Américo. Novo Mundo - cartas de viagens e descobertas. Porto Alegre: LP&M, 1984.
Téléchargements
Publiée
Numéro
Rubrique
Licence
Les auteurs qui publient dans cette revue acceptent les conditions suivantes :
Les auteurs conservent les droits d’auteur de leurs œuvres et accordent à RELACult le droit de première publication. Tous les articles sont simultanément publiés sous la licence Creative Commons Attribution 4.0 International (CC BY 4.0), qui permet le partage, la distribution, la copie, l’adaptation et l’utilisation commerciale, à condition que la paternité originale soit correctement attribuée et que la première publication dans cette revue soit mentionnée.
RELACult met l’ensemble de son contenu en accès libre, augmentant ainsi la visibilité et l’impact des travaux publiés. Les informations de contact fournies dans le système de soumission sont utilisées exclusivement pour la communication éditoriale et ne seront pas partagées à d’autres fins.