Senegaleses no Brasil: aspectos culturais, socioeconômicos e linguísticos
DOI:
https://doi.org/10.23899/relacult.v6i4.1765Palabras clave:
cultura, integração cultural, ciências humanasResumen
Nos últimos anos, o fluxo migratório apresentou um aumento significativo no Brasil, recebendo imigrantes oriundos do seu próprio continente e de outros também, sobretudo da África e Ásia. Oriundos de países como Haiti, Senegal, Síria, Angola, Gana, entre outras nações, os imigrantes procuram, devido às condições socioeconômicas de seus países de origem, oportunidades que não encontram nesses territórios. Tendo em vista esse movimento imigratório, esse trabalho tem por objetivo, além de contextualizar aspectos socioculturais e socioeconômicos que envolvem esse deslocamento, desenvolver uma análise acerca de aspectos linguísticos, advindos do processo de aquisição do português brasileiro por senegaleses, com foco em dificuldades na produção de alguns sons do português. Percebe-se a intensa presença de imigrantes africanos no Brasil, sobretudo na região Sul do país. Na maioria das vezes, exercem atividades de pequeno comércio em cidades de grande e médio porte como, por exemplo, a venda de relógios, bijuterias ou roupas. Muitos imigrantes também são atraídos por oportunidades laborais ligadas a tradições religiosas e relacionadas a métodos de trabalho que seguem regras peculiares, como o abate halal, característico da tradição islâmica. Dessa maneira, os senegaleses, por serem muçulmanos, são contratados por indústrias alimentícias, pois apresentam os atributos e os conhecimentos necessários para realizar tal atividade. Enfim, além de explorar situações relacionadas à trajetória desses sujeitos, suas aspirações e adaptação no território brasileiro, a presente proposta inclui colocar em evidência o modo como os imigrantes senegaleses, vindos de um país rico linguisticamente, adquirem o português brasileiro.
Referencias
BARBOSA, Plínio A.; MADUREIRA, Sandra. Manual de Fonética acústica experimental: aplicações a dados do português. São Paulo: Cortez, 2015.
BRUM-DE-PAULA, M. R.; FERREIRA-GONÇALVES, G. O sistema vocálico do Português Brasileiro, 2020 (no prelo).
DIOP, Momar. Place de la langue <> dans le paysage linguistique du Sénégal : le cas de Dakar. L’aménagement linguistique et didactique de la coexistence du français et des langues nationales au Sénegal, 1998, DiversCité Langues, vol. III.
EPIGEN-Brasil. Disponível em: <https://epigen.grude.ufmg.br> Acesso em 15 dez 2019.
FOURIER, Joel.; LAND, Victoria Van der. Focus Senegal. In: HUMMEL, Diana.; DOEVENSPECK, Martin.; SAMIMI, Cyrus. Climate change, environment and migration in the Sahel – Selected issues with a focus on Senegal and Mali. Micle work paper n. 1. Frankfurt/Main. 2012.
HARTWIG, F. B. A importância do português como língua de acolhimento na integração de alunos imigrantes e refugiados no Instituto Federal de Brasília - IFB. Revista da UIIPS, vol. 5, nº 3, 2017.
HAUPT, Carine. As fricativas [s], [z], [ʃ] e [Ʒ] do português brasileiro. Estudos Linguísticos XXXVI(1), 2007.
JONGMAN, Allard.; WAYLAND, Ratree.; WONG, Serena. Acoustic characteristics of English fricatives. The Journal of the Acoustical Society of America. v. 108, n. 3, 2000.
KENT, Ray D., READ, Charles. Análise acústica da fala. 1ª ed. São Paulo: Cortez, 2015.
LEMOS, Luciane Oliveira. PEREIRA, Vilmar Alves. Senegaleses em Rio Grande – RS: diálogo intercultural no além-mar. Revista Latino-Americana de Estudos de Cultura e Sociedade. v. 4, n. 668, 2018.
LOSI, Clara, Lu Deu Waxu, Ce média qui veut rendre au wolof ses lettres de noblesse. Carnet du Sénégal, 2019.
NDIAYA, Cisse.; LV, Kangjuan. Role of industrialization on economic growth: the experience of Senegal (1960-2017). American Journal of Industrial and Business Management, n. 8, 2018.
NEALON, Cory. New mapping technique can help fight extreme poverty. University at Buffalo, 2017. Disponível em: <http://www.buffalo.edu/news/releases/2017/12/006.html>. Acesso em: 11 dez 2019.
NGOM, Fallou. A sociolinguistic profile of senegalese speech community. Studies in the Linguistic Sciences. v. 29, n. 1, 1999.
RODRIGUES JUNIOR, Luzivaldo de Souza. Polícia Federal. Disponível em: <http://www.pf.gov.br/servicos-pf/imigracao/Apresentao_setembro_2019_VF.pdf/view> Acesso em: 13 dez 2019.
SEARA, I. C.; NUNES, V. G.; LAZZAROTTO-VOLCÃO, C. Fonética e fonologia do português brasileiro. Florianópolis: LLV/CCE/UFSC, 2011.
SILVA, Diego Barbosa da. Política linguística na África: do passado colonial ao futuro global. Revista África e Africanidades. n. 10, 2010.
SILVA, Cristófaro Thaís. Et al. Fonética Acústica: os sons do português brasileiro. São Paulo: Contexto, 2019.
TEDESCO, João Carlos; GRZYBOVSKI, Denize. Senegaleses no norte do Rio Grande do Sul: integração, cultura, trabalho e dinâmica migratória internacional. Revista Espaço Pedagógico, v. 18, n. 2, Passo Fundo, 2011.
THE WORLD FACT BOOK. Senegal. Disponível em: < https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/sg.html>. Acesso em: 12 dez 2019.
UEBEL, Roberto Rodolfo. Aspectos gerais da dinâmica imigratória no Brasil no século XXI. Migrações Internacionais, Refúgio e Políticas, São Paulo, 2016.
______, Roberto Rodolfo. Panorama e perfil da imigração senegalesa no Rio Grande do Sul no início do século XXI. Boletim Geográfico do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, n. 28, 2016.
VASCONCELLOS, Manuela. Comunidade senegalesa em Santa Maria realiza celebração em memória de líder espiritual. Prefeitura Municipal de Santa Maria, 2019. Disponível em: <https://www.santamaria.rs.gov.br/noticias/19764-comunidade-senegalesa-em-santa-maria-realiza-celebracao-em-memoria-a-lider-espiritual>. Acesso em: 13 dez 2019.
VIDIGAL, Lucas. Senegaleses que pediram refúgio no Brasil terão novo procedimento para obter autorização de residência. G1, 2019. Disponível em: <https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/12/06/senegaleses-que-pediram-refugio-no-brasil-terao-novo-procedimento-para-obter-autorizacao-de-residencia.ghtml> Acesso em: 11 dez 2019.
WENCZENOVICZ, Thaís Janaina. Imigrantes senegaleses no Brasil e Direitos Humanos: vivências e oralidade. Revista África(s). v. 3, n. 5, 2016.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Los autores que publican en esta revista aceptan los siguientes términos:
Los autores conservan los derechos de autor de sus obras y conceden a RELACult el derecho de primera publicación. Todos los artículos están simultáneamente licenciados bajo Creative Commons Atribución 4.0 Internacional (CC BY 4.0), lo que permite el intercambio, distribución, copia, adaptación y uso comercial, siempre que se otorgue el crédito correspondiente a la autoría original y se indique la primera publicación en esta revista.
RELACult pone todo su contenido a disposición en acceso abierto, ampliando la visibilidad y el impacto de los trabajos publicados. La información de contacto proporcionada en el sistema de envío se utiliza exclusivamente para la comunicación editorial y no será compartida para otros fines.