Cartografias afetivas e a ressignificação dos espaços e sensibilidades na urbe
DOI:
https://doi.org/10.23899/relacult.v5i5.1501Palabras clave:
cultura, políticas culturais, artes, ciências sociais, estudos em culturaResumen
Este trabalho faz um breve histórico de como a revolução industrial e comunicacional na modernidade resultou numa perda de experiência autêntica e declínio da narrativa tradicional, como definidos por Walter Benjamin. Apresenta como o urbanismo surge enquanto prática e ganha protagonismo como forma de ação modificadora da estrutura das sociedades urbanas emergentes a partir do século XIX e analisa as experiências das diferentes errâncias urbanas que, concomitantemente, desejam pensar este novo espaço urbano moderno, desde as vanguardas históricas do início do século XX até as experiências de letristas e situacionistas nos anos cinquenta e sessenta. Munido destas referências históricas e teóricas, o trabalho busca no projeto de cartografias do cotidiano da associação The Worst Tours na cidade do Porto em Portugal uma das muitas vivências “neossituacionistas”, capazes de oferecer experiências baseadas na arte do diálogo e da interação, inscritas na cotidianidade dos participantes. São tours não-turísticos pela cidade que revelam zonas fora dos guias tradicionais e proporcionam aproximações, trocas e descobertas, ativando dinâmicas coletivas e formas descentralizadas de experienciar o espaço urbano, a história e o presente de um povo. Conclui ressaltando a importância do espaço urbano enquanto espaço de troca e construção de novas formas de narratividade e rememoração a partir de um “tempo de agora”, possível no exterior rugoso que é a cidade contemporânea.Referencias
BENJAMIN, Walter. A modernidade e os modernos. Tradução: Heindrun Krieger Mendes da Silva, Arlete de Brito e Tania Jatobá. Rio de Janeiro: Edições Tempo Brasileiro Ltda, 1975. (Obra Completa)
BENJAMIN, Walter. Experiência e pobreza. In: Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. 3ª Edição. Trad. Sergio Paulo Rouanet. São Paulo: Editora Brasiliense, 1987b, p. 114-119. (Capítulo de livro)
BENJAMIN, Walter. O narrador. Considerações sobre a obra de Nikolai Leskov. In: Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. 3ª Edição. Trad. Sergio Paulo Rouanet. São Paulo: Editora Brasiliense, 1987a, p. 197-221. (Capítulo de livro)
BENJAMIN, Walter. Paris, a capital do século XIX. In: Sociologia. Trad. Flávio R. Kothe. São Paulo: Ática, 1985, p. 30-43. (Capítulo de livro)
CARERI, Francesco. Walkscapes: o caminhar como prática estética. Tradução: Frederico Bonaldo. São Paulo: Editora G. Gili, 2013. (Obra completa)
DEBORD, Guy-Ernest. A sociedade do espetáculo. Tradução: Estela dos Santos Abreu. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997. (Obra completa)
DEBORD, Guy-Ernest. Teoria da deriva. In: JACQUES, Paola Berenstein (Org.). Apologia da deriva: escritos situacionistas sobre a cidade. Estela dos Santos Abreu (Trad.). Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2003a. p. 87-91. (Capítulo de livro)
GAGNEBIN, Jeanne Marie. História e narração em Walter Benjamin. São Paulo: Perspectiva, 2011. (Obra completa)
HELLER, Agnes. O Cotidiano e a História. 7ª Edição. Trad. Carlos Nelson Coutinho e Leandro Konder. São Paulo: Paz e Terra, 2004. (Obra completa)
JACQUES, Paola Berenstein. Breve histórico da Internacional Situacionista. Arquitextos, São Paulo, ano 03, nº. 035.05, Vitruvius, abr. 2003. Disponível em: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/03.035/696. Acesso em: 26 jun. 2018. (Artigo em Periódico Digital)
JACQUES, Paola Berenstein. Elogio aos errantes. Breve histórico das errâncias urbanas. Arquitextos, São Paulo, ano 05, nº. 053.04, Vitruvius, out. 2004. Disponível em: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/05.053/536. Acesso em: 26 jun. 2018. (Artigo em Periódico Digital)
LEFEBVRE, Henri. O direito à cidade. 5ª Edição. Trad. Rubens Eduardo Frias. São Paulo: Centauro, 2001. (Obra completa)
PARK, Robert Ezra. A cidade: sugestões para a investigação do comportamento humano no meio urbano. In: VELHO, Otávio Guilherme. O fenômeno urbano. Trad. Sérgio Magalhães Santeiro. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1967. p. 29-72. (Capítulo de livro)
SIMMEL, Georg. A metrópole e a vida mental. In: VELHO, Otávio Guilherme. O fenômeno urbano. Trad. Sérgio Marques dos Reis. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1967. p. 13-28. (Capítulo de livro)
SITUACIONISTA, Internacional. Contribuição para uma definição situacionista de jogo. In: JACQUES, Paola Berenstein (Org.). Apologia da deriva: escritos situacionistas sobre a cidade. Trad. Estela dos Santos Abreu. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2003a. p. 60-61. (Capítulo de livro)
SITUACIONISTA, Internacional. Manifesto. In: JACQUES, Paola Berenstein (Org.). Apologia da deriva: escritos situacionistas sobre a cidade. Trad. Estela dos Santos Abreu. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2003b. p. 126-127. (Capítulo de livro)
TOURS, The Worst. Cumbite!!! (vai um passeio?). Disponível em: https://theworsttours.weebly.com/em-portuguecircs.html. Acesso em 20. Jun. 2018. (Modelo para Sites)
WIRTH, Louis. O urbanismo como modo de vida. In: VELHO, Otávio Guilherme. O fenômeno urbano. Trad. Sérgio Marques dos Reis. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1967. p. 97-122. (Capítulo de livro)
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Los autores que publican en esta revista aceptan los siguientes términos:
Los autores conservan los derechos de autor de sus obras y conceden a RELACult el derecho de primera publicación. Todos los artículos están simultáneamente licenciados bajo Creative Commons Atribución 4.0 Internacional (CC BY 4.0), lo que permite el intercambio, distribución, copia, adaptación y uso comercial, siempre que se otorgue el crédito correspondiente a la autoría original y se indique la primera publicación en esta revista.
RELACult pone todo su contenido a disposición en acceso abierto, ampliando la visibilidad y el impacto de los trabajos publicados. La información de contacto proporcionada en el sistema de envío se utiliza exclusivamente para la comunicación editorial y no será compartida para otros fines.