Desconstruindo Gênero em “Todo Sobre Mi Madre”
DOI:
https://doi.org/10.23899/relacult.v4i3.1045Palabras clave:
Desconstrução de gênero, Identidade de gênero, Teoria Queer, Cinema.Resumen
Repleto de críticas sociais relacionadas à construção da identidade de gênero, ao papel do feminino, ao tradicionalismo da família e a seus padrões, o filme “Todo sobre mi madre”, de Pedro Almodóvar, aborda de forma profunda os reflexos da cultura androgênica no Ocidente. Dessa forma, o presente trabalho busca fazer uma reflexão sobre os papéis de gêneros contidos no imaginário social, amparados pelos estudos queer, em especial pela ótica de Butler (2016) e Bento (2011). A partir disso, percebemos que, nas civilizações onde a definição do gênero feminino é diretamente ligada à esfera familiar e à maternidade, o masculino torna-se referência de poder na construção coletiva, uma vez que tais posições relegadas às mulheres eram vistas como potencialmente “inferiores”, justificando assim a hipermasculinização vigente na sociedade. As “atividades masculinas” na esfera pública atrelam-se à concentração de poder e de valores materiais, o que faz, na grande maioria dos casos, do homem cisgênero, heterossexual o “provedor e protetor” da família, no âmbito da tradicionalidade familiar. Em contraposição, Almodóvar traz em seu drama um protagonismo quase que absolutamente feminino, a desconstrução da ideia de família tradicional, com a personagem Manuela, como mãe solteira e vista como ex-prostituta; bem como a personagem Lola, que desmistifica a figura do patriarca, pondo também em xeque a configuração unicamente opressora da masculinidade, visto que existe na personagem uma nítida relação fluída de identificação tanto da performatividades masculinas quanto femininas através da construção da transexualidade não tipificada.Referencias
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