O Bem Viver como uma Alternativa de Reconfiguração de Cidades Brasileiras
DOI:
https://doi.org/10.23899/relacult.v3i3.553Keywords:
Bem Viver, Desenvolvimento, Reconfiguração da Cidade.Abstract
O objetivo deste trabalho é contribuir para a reflexão acerca da possibilidade de se reconfigurar cidades brasileiras a partir do Bem Viver, filosofia que questiona o conceito eurocêntrico de bem-estar e que pode ser entendida como verdadeiro enfretamento à colonialidade do poder ao regressar a valores de uso, se opor ao conceito de acumulação perpétua e propor harmonia com a natureza, relacionalidade, reciprocidade, solidariedade e complementariedade entre indivíduos e comunidades. Diante da atual crise civilizatória e ambiental provocada pelo capitalismo e seu suporte ideológico calcado no individualismo e no racionalismo, além do espaço que a mesma possibilitou à concepções de desenvolvimento distintas das do capitalistmo e às experiências ecossocioeconômicas, se faz necessário discutir as configurações do maior símbolo de desenvolvimento, na concepção capitalista do termo: das cidades. No caso do Brasil, essa discussão se torna ainda mais urgente, pois o processo de fundação das primeiras cidades brasileiras, ocorrido a partir da geração de colônias, marcado por invasões e despossessão das populações locais e de exploração de seus territórios, trouxe sérias consequências às configurações de muitas das cidades atuais, condenando-as a reproduzirem os modos de vida dominantes, coloniais, modernos e capitalistas, e as fazendo incapazes de abrigar modos de vida adequados aos interesses das diferentes comunidades que compõem o povo brasileiro e as habitam.
References
ACOSTA, Alberto. O Bem Viver, São Paulo: Fundação Rosa Luxemburgo; Autonomia Literária; Elefante, 2016.
BOSI, Alfredo. Dialética da Colonização. São Paul: Companhia das Letras, 3ª edição, 1996.
COULANGES, Fustel de. A Cidade Antiga. São Paulo; Editora das Américas S.A. – EDAMERIS, 1961
DEL NEGRI, André. A Divisão no Espaço Urbano. Belo Horizonte: Editora Fórum, 2012.
DILGER, Gerhard; PEREIRA, Jorge.Apresentação à edição brasileira. Ousar pensar “fora da caixa”. In: LANG, Miriam; DILGER, Gerhard; PEREIRA NETO, Jorge (Org.). Descolonizar o Imaginário. Fundação Rosa Luxemburgo; Autonomia Literária; Elefante, 2016.
FANI, Ana O Espaço Urbano: Novos Escritos sobre a Cidade, São Paulo: FFLCH, 2007.
HARVEY, David. Cidades Rebeldes do Direito à cidade à revolução urbana. São Paulo: Martins Fontes, 2014
_________. Alternativas ao neoliberalismo e o direito à cidade. Novos Cadernos NAEA, v. 12, n 12, 2009. Disponível em:
http://periodicos.ufpa.br/index.php/ncn/article/viewFile/327/513. Acesso em: 13 de abril de 2016.
IBANEZ, Mario Rodriguez. Ressignificando a cidade colonial e extrativista. In: LANG, Miriam; DILGER, Gerhard; PEREIRA NETO, Jorge (Org.). Descolonizar o Imaginário. Fundação Rosa Luxemburgo; Autonomia Literária; Elefante, 2016.
LANG, Miriam. Introdução. Alternativas ao desenvolvimento. In: LANG, Miriam; DILGER, Gerhard; PEREIRA NETO, Jorge (Org.). Descolonizar o Imaginário. Fundação Rosa Luxemburgo; Autonomia Literária; Elefante, 2016.
LEFEBVRE, Henry. O direito à cidade. São Paulo: Centauro. [1968] 2008.
PONTES JUNIOR, Felício de Araújo; BARROS, Lucivaldo Vasconcelos. A natureza como sujeito de direitos. In: LANG, Miriam; DILGER, Gerhard; PEREIRA NETO, Jorge (Org.). Descolonizar o Imaginário. Fundação Rosa Luxemburgo; Autonomia Literária; Elefante, 2016.
Portal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Disponível em http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/geografia/default_regioes_rurais.shtm
Acesso em: 22 de abril de 2017.
WILLIAMS, Raymond. O campo e a cidade. Na história e na literatura; São Paulo: Companhia das Letras [1973] 1990.
Downloads
Published
Issue
Section
License
Authors who publish in this journal agree to the following terms:
Authors retain the copyright of their works and grant RELACult the right of first publication. All articles are simultaneously licensed under the Creative Commons Attribution 4.0 International (CC BY 4.0), which allows sharing, distribution, copying, adaptation, and commercial use, provided that proper credit is given to the original authorship and the first publication in this journal is acknowledged.
RELACult makes all of its content openly accessible, thereby increasing the visibility and impact of the published works. The contact information provided in the submission system is used exclusively for editorial communication and will not be shared for any other purpose.
 
							