Trajetórias da sobrevivência da arquitetura e do patrimônio cultural quilombola: memórias e interferências

Authors

DOI:

https://doi.org/10.23899/relacult.v6i3.2024

Keywords:

arquitetura quilombola, patrimônio cultural, memória quilombola, afro-brasileiro

Abstract

A memória e a história são os componentes que difundem a identidade ao indivíduo, mas são regradas por interferências e transformações. Nesse sentido, este artigo tem como principal objetivo analisar de forma crítica de que modo a arquitetura e o patrimônio cultural quilombola tem sobrevivido. Desse modo, metodologicamente, foi feito uma análise, fazendo o uso do materialismo histórico dialético, a partir das seguintes categorias: história, contradição e trabalho. Com isso, foi obtido como resultado que as diversas formas de construir foram modificadas; tanto o método de trabalho como suas configurações arquitetônicas. Além disso, foi alcançado que parte da memória sofreu modificações, implicadas pela burguesia, o capital e o estado, mas se mantém em partes dada a oralidade e a dimensão territorial.

Author Biographies

  • Luis Otavio Cunha Prado, Universidade Federal de Juiz de fora
    Discente do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Juiz de Fora - FAU /UFJF. Atualmente é membro do grupo de estudos em - Teoria do Projeto - (LAPASA/UFJF 2019-); e também do grupo de pesquisa AGORA no projeto intitulado - Mobiliário urbano: funções, repercussões e significados na contemporaneidade - (AGORA/FAU/UFJF, 2019-). Também atua no Projeto de Treinamento Profissional - Projetando com jogos tridimensionais: do lúdico ao profissional - (LEAUD/FAU/UFJF, 2019 - 2020). Atuou nos projetos de extensão - Questões ambientais na escola: construindo conhecimento na Educação Básica - (PROEX/Departamento de Química/UFJF, 2018) e do projeto - Da Diversidade Cultural à Diversidade Produtiva: a construção dos saberes necessários para a transição agroecológica - (PROEX/ICH/UFJF, 2019-).Tem interesse, participado e contribuído em pesquisas acerca de arquitetura quilombola, arquitetura indígena e ensino de arquitetura e urbanismo.
  • Dayane Máximo, Universidade Federal de Juiz de fora
    Graduanda em arquitetura e urbanismo pela UFJF e técnica em Mecânica pelo IF Sudeste MG - Campus JF (2014-2016); pesquisadora de arquitetura quilombola e patrimônio cultural, desigualdades socio-territoriais, afrobrasilidades dentro do ensino de história da arquitetura e do urbanismo, com ênfase e atuação voltados à relações etnico-raciais. Atualmente é integrante do coletivo Cafofo da FAU UFJF (2020), Coletivo VERNIZ (2019) e Frente Preta UFJF (2018), além de atuar no Curso Preparatório Luísa Mahin (2020) e com produção cultural (autônoma) em diversos outros movimentos e eventos relacionados ao movimento negro da cidade de Juiz de Fora.
  • Leonardo de Oliveira Carneiro, Universidade Federal de Juiz de fora
    Professor Associado da Universidade Federal de Juiz de Fora (Departamento de Geociências e Programa de Pós-graduação em Geografia), Pesquisador do NUGEA (Núcleo de Geografia, Espaço e Ação) e Coordenador do NEA Ewè (Núcleo de Estudos em Agroecologia) da UFJF e do Laboratório Kizomba Namata. Doutor em Geografia pela Universidade Federal Fluminense (UFF, 2009). Ênfase em pesquisas e em programas de extensão universitária sobre Geografia Agrária, Comunidades Tradicionais e Agroecologia.

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Published

2021-05-02

Issue

Section

Dossiê: - Patrimônio cultural e memória nas fronteiras

How to Cite

Trajetórias da sobrevivência da arquitetura e do patrimônio cultural quilombola: memórias e interferências. (2021). RELACult - Revista Latino-Americana De Estudos Em Cultura E Sociedade, 6(3). https://doi.org/10.23899/relacult.v6i3.2024