Escrita Epistolar – cartografias de uma epistemologia feminista
DOI:
https://doi.org/10.23899/relacult.v5i5.1444Keywords:
escrita acadêmica, escrita epistolar, epistemologia, feminismo, subjetividadesAbstract
A estética de um texto acadêmico não reflete somente nossas influências teóricas; ela é, antes de tudo, um meio de expressão. Deste modo, a escolha por como escrever um texto não está relacionada apenas ao molde que se é cobrado, ela é também baseada em uma biblioteca de referências que vamos nutrindo. Quando nos questionamos sobre as influências teóricas que fundam nossos saberes, há em suas bases muitas mulheres? Dentre elas, há muitas mulheres negras? Quais são as nacionalidades? E pensando no gênero acadêmico, como os grupos sócio-acêntricos se comportam diante da cobrança de uma escrita padrão? Nessa estética, que também é ética, o que se imprimem/exprimem deles? Partindo desses questionamentos como dispositivos, busco refletir neste artigo sobre a escrita acadêmica, focando nas implicações epistemológicas existentes entre a forma e o conteúdo. O gênero acadêmico é técnico e regulado e, portanto, busca negar uma escrita pessoal, emotiva, de experiências subjetivas. Ademais, menos que uma tentativa de universalizar uma forma, é a negação de alguns conteúdos e temas, que somente são passíveis de materialização sobre uma estética Outra. Ao refletir sobre essas questões, utilizo a minha própria escrita para isso. Desse modo, escolho uma escrita epistolar, no sentido proposto por Deleuze e Guattari, como uma espécie de literatura menor, que se configura como escolha e posicionamento ético/estético capaz de fomentar a reflexibilidade do processo da escrita e de cartografar algumas desestabilizações dos saberes consagrados, o que as epistemologias feministas permitem.
References
ADELMAN, M. A voz e a escuta: encontros e desencontros entre a teoria feminista e a sociologia contemporânea. São Paulo: Blucher Acadêmico, 2º Edição, 2016. 246 p. (Obra completa)
DELEUZE, G.; GUATTARI, F. Kafka: para uma literatura menor. Lisboa: Assírio & Alvin, 2003. 148 p. (Obra completa)
FELSKI, R. The Gender of Modernity. Harvard University Press, 1996. 247 p. (Obra completa)
FOUCAULT, M. O que é um autor? Tradução António Fernando Cascais; Edmundo Cordeiro. Portugal: Passagens, 1992. 164 p. (Obra completa)
GUATTARI, F.; ROLNIK, S. Micropolíticas: cartografias do desejo. 7ºedição. Petrópolis, RJ: Vozes, 2005. 327 p. (Obra completa)
HALL, S. Da Diáspora: identidades e mediações culturais. SOVIK, Liv (Org.) Belo Horizonte: Editora UFMG. Brasília: Representação da Unesco no Brasil, 2003. 434 p. (Obra completa)
IONTA, M. A escrita de si como prática de uma literatura menor: cartas de Anita Malfatti a Mário de Andrade. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 19, n. 1, p. 91, jan. 2011. ISSN 1806-9584. Disponível em:https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/S0104-026X2011000100007/18395. Acesso em: 8 jan. 2018. (Artigo em Periódico Digital)
MACEDO, J. P.; DIMENSTEIN, M. Escrita acadêmica e escrita de si: experienciando desvios. Mental, Barbacena , v. 7, n. 12, p. 153-166, jun. 2009. ISSN 1984-980X. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-44272009000100009&lng=pt&nrm=iso. Acesso em 10 Jun. 2018. (Artigo em Periódico Digital)
MACHADO, L. D. O desafio ético da escrita. Psicol. Soc., Porto Alegre, v. 16, n. 1, p. 146-150, 2004. ISSN 0102-7182. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-71822004000100012&lng=pt&nrm=iso Acesso em: 12 mar. 2018. (Artigo em Periódico Digital)
ROLNIK, S. Cartografia sentimental: Transformações contemporâneas do desejo. Porto Alegre: Editora Sulina, UFRGS, 2007. 235 p. (Obra completa)
SALEM, L. Decisions…Decisions: Who Chooses to Use the Writing Center? The Writing Center Journal, v. 35, n. 2, Spring/Summer 2016, pp. 147-171. (Artigo em Periódico Físico)
TAVARES, G. M.; MORAES, M.; BERNARDES, A. G. Cartas para pensar: políticas de pesquisa em psicologia. Vitória: Edufes, 2014. 164 p. (Obra completa)
Downloads
Published
Issue
Section
License
Authors who publish in this journal agree to the following terms:
Authors retain the copyright of their works and grant RELACult the right of first publication. All articles are simultaneously licensed under the Creative Commons Attribution 4.0 International (CC BY 4.0), which allows sharing, distribution, copying, adaptation, and commercial use, provided that proper credit is given to the original authorship and the first publication in this journal is acknowledged.
RELACult makes all of its content openly accessible, thereby increasing the visibility and impact of the published works. The contact information provided in the submission system is used exclusively for editorial communication and will not be shared for any other purpose.