Corpo Ancestral: processo de criação do personagem Alboury no “Laboratório de Dramaturgismo e Direção Rotativa de Cenas”

Autores

  • Marco Antônio Duarte Silva Universidade Federal de Pelotas - UFPel http://orcid.org/0000-0003-0346-5156
  • Maria Amélia Gimmler Netto Universidade Federal de Pelotas
  • Fernanda Vieira Fernandes Universidade Federal de Pelotas

DOI:

https://doi.org/10.23899/relacult.v3i2.414

Palavras-chave:

Ancestralidade Negra, Criação de Personagem Teatral, Construção Corporal, Racismo.

Resumo

Este trabalho pretende analisar o processo criativo de composição do personagem Alboury na montagem teatral Combate: corpos Mortos, vivos e por vir do “Laboratório de Dramaturgismo e Direção Rotativa de Cenas”, orientado pela Prof.ª Dra. Fernanda Vieira Fernandes e Prof.ª Ma. Maria Amélia Gimmler Netto. A encenação parte do texto teatral Combate de negro e de cães, do autor francês Bernard-Marie Koltès, do livro Um útero é do tamanho de um punho, de Angélica Freitas, além de depoimentos dos artistas-criadores, canções, dados estatísticos e notícias atuais. A montagem ressalta relações de racismo por parte dos brancos ao principal personagem negro da peça, Alboury, e relações de machismo com a personagem Léone, única personagem feminina presente na peça. Considerando a questão histórica de mestiçagem no Brasil, composto também por africanos e índios, nesta montagem, a construção corporal e presença cênica do ator que interpreta Alboury tem como referenciais conceitos da religiosidade de matriz africana, em diálogo com o processo de direção da encenadora. Parte desta busca se detém às movimentações corporais das entidades de “Caboclos” vivenciadas pelo ator no Centro Espírita de Umbanda Caboclo Sete Estrelas, Pelotas/RS. Estes indivíduos viviam em comunidades, sua noção de coletividade e ancestralidade traçam o dialogismo com o personagem koltesiano. A representatividade do ator negro e seu personagem negro, ambos marginalizados em suas realidades, é também destacada neste texto, sob o viés das filosofias da religiosidade africana.

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Biografia do Autor

Marco Antônio Duarte Silva, Universidade Federal de Pelotas - UFPel

Estudante de Teatro Licenciatura - UFPel.

  • Ator e pesquisador do grupo de pesquisa "Laboratório de Dramaturgismo e Direção Rotativa".
  • Bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iiniciação a Docência - PIBID. 
  • Ator e diretor da Cia. Ubuntu de Teatro - Pelotas/RS.

Maria Amélia Gimmler Netto, Universidade Federal de Pelotas

Artista Cênica, Professora e Pesquisadora. Professora Assistente do Curso de Teatro - Licenciatura do Centro de Artes da Universidade Federal de Pelotas/UFPEL. Mestre em Artes Cênicas pelo PPGAC da Universidade Federal do Rio Grande do Sul/UFRGS. Licenciada em Educação Artística com Habilitação em Artes Cênicas pela Universidade do Estado de Santa Catarina/UDESC. A encenação contemporânea em diálogo com a pedagogia do teatro, os processos coletivos de criação cênica, o teatro em comunidade e sua relação com o teatro de grupo no Brasil, são meus temas de interesse atuais.

Fernanda Vieira Fernandes, Universidade Federal de Pelotas

Atriz, pesquisadora e professora adjunta do curso de Teatro - Licenciatura, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Graduada em Artes Cênicas - Bacharelado, com Habilitação em Interpretação Teatral pela UFRGS. Mestre e Doutora em Estudos da Literatura, Especialidade de Literaturas Estrangeiras Modernas, Ênfase de Literaturas Francesa e Francófonas pelo Programa de Pós-Graduação em Letras da UFRGS, com pesquisas acerca da literatura dramática francesa do século XX. Realizou estágio de doutorado-sanduíche pela CAPES, na Université Paris 3 - Sorbonne Nouvelle. Líder do Grupo de Pesquisa Teatro: histórias e dramaturgias, atualmente com dois projetos de pesquisa ativos: Leituras do drama contemporâneo e Poética, concepção e composição da escrita dramática no Laboratório de dramaturgismo e direção rotativa. Colaboradora do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Processos Criativos em Artes Cênicas. Coordenadora da área de Teatro do PIBID-UFPel. Atua nas áreas de dramaturgia, teoria e história do teatro.

Referências

FERNANDES, F. V. Poética, concepção e composição da escrita dramática no "Laboratório de dramaturgismo e direção rotativa". Grupo de Estudos em Teatro: Histórias e Dramaturgias. Pró-Reitoria de Pesquisa. UFPel. 2016;

JÚLIA, F. Ancestralidade Em Cena – O Teatro do NATA. Repertório, Salvador, nº 24, p. 86-97, 2015.1;

MUNANGA, Kabengele. Rediscutindo a mestiçagem no Brasil: identidade nacional versus identidade negra. Kabengele Munanga. Petrópolis, RJ: Vozes, 1999.

OLIVEIRA, M. R. T. Arthur Lessac: um ensaio sobre as energias corporais no treinamento do ator. Revista Brasileira de Estudos da Presença, Porto Alegre, v. 3, n. 2, p. 582-600, maio/ago. 2013. Disponível em: http://www.seer.ufrgs.br/presenca

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Publicado

2017-08-10

Como Citar

Duarte Silva, M. A., Gimmler Netto, M. A., & Vieira Fernandes, F. (2017). Corpo Ancestral: processo de criação do personagem Alboury no “Laboratório de Dramaturgismo e Direção Rotativa de Cenas”. RELACult - Revista Latino-Americana De Estudos Em Cultura E Sociedade, 3(2), 89–95. https://doi.org/10.23899/relacult.v3i2.414

Edição

Seção

Artigos - Fluxo Contínuo