Análise da institucionalização da inclusão na Associação dos Remanescentes de Quilombos de Alto Alegre e Adjacências/CE
presença e voz das mulheres na tomada de decisões
DOI:
https://doi.org/10.23899/relacult.v9i2.2374Palavras-chave:
Inovações Democráticas, Mulheres Quilombolas, Políticas PúblicasResumo
O presente artigo pretende tratar de experiências com inovações democráticas de Graham Smith identificadas no desenho institucional e nas práticas político-culturais da Associação dos Remanescentes de Quilombos de Alto Alegre e Adjacências/CE. A conceituação de Graham Smith sobre inovações democráticas funciona como lente para enxergarmos as inovações ocorridas na Comunidade Quilombola do Alto Alegre no período de 2004 a 2010, quando esta comunidade se reconheceu como remanescente de quilombo, e passou a lutar por políticas públicas destinadas à política da igualdade racial. E as mulheres do quilombo protagonizam todas as conquistas enfrentando atitudes sexistas e machistas contrárias ao seu protagonismo. Como método de apropriação e execução da categoria smithiana, além do estudo bibliográfico, realizamos análise documental e entrevistas semiestruturadas com mulheres ativistas na comunidade. Entre as considerações que apontamos está o esforço das mulheres quilombolas que gritam para validar suas participações para além da presença, buscam serem ouvidas e valorizadas no processo de tomada de decisões na comunidade.
Métricas
Referências
AKOTIRENE, C. Interseccionalidade. São Paulo: Jandaíra, 2019.
ALMEIDA, S. L. Racismo Estrutural. São Paulo: Sueli Carneiro; Editora Jandaíra, 2021.
ARQUA. Estatuto da Associação dos Remanescentes de Quilombos de Alto Alegre e Adjacências, Horizonte, 25 jul. 2005.
ARQUA. Ata da Assembleia Geral Extraordinária para Eleição da Diretoria Executiva e Conselho Fiscal da Associação dos Remanescentes de Quilombos de Alto Alegre e Adjacências, Horizonte, 26 jun. 2021.
AVRITZER, L. Instituições Participativas e Desenho Institucional: algumas considerações sobre a variação da participação no Brasil democrático. Opinião Pública, Campinas, v.14, n. 1, jun. 2008. p. 43-64.
BENTO, C. O Pacto da Branquitude. São Paulo: Companhia das Letras, 2022.
BIROLI, F. Feminismos e Atuação Política. In: BIROLI, F. Gênero e Desigualdades: limites da democracia no Brasil. São Paulo: Boitempo, 2018. Cap. 5.
CARNEIRO, S. Racismo, Sexismo e Desigualdade no Brasil. São Paulo: Selo Negro, 2011.
COSTA, R. A. Rosimar Augostinho Costa: entrevista. Entrevistador: Ocleciano de Souza Costa, Horizonte, 03 fev. 2022.
DIAS, H. C. Teoria Marxista e Ideologia da Negritude: encontros e desencontros. Universidade e Sociedade, n. 46, Brasília, ANDES-SN, 2010.
FAORO, R. Os Donos do Poder: formação do patronato político brasileiro. 3 ed. Rio de Janeiro: Globo, 2001.
FEDERICI, S. O Ponto Zero da Revolução. Tradução: Coletivo Sycorax. São Paulo: Elefante, 2019. Disponível em: http://coletivosycorax.org/wp- content/uploads/2019/09/Opontozerodarevolucao_WEB.pdf. Acesso em: set. 2020. Original em inglês.
GONZALES, L. Lugar de Negro. Rio de Janeiro: Marco Zero, 1982.
LEVITSKY, S.; ZIBLATT, D. Como as Democracias Morrem. Tradução: Renato Aguiar. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2018. Original em inlês.
LOPES, I. A. Isadora Alexandre Lopes: entrevista. Entrevistador: Ocleciano de Souza Costa, Horizonte, 03 fev. 2022.
MARTINS, M. F.; MARTINS, S. Bom governo e transparência. In: TORRUELLA, J. B.; MARTINS, S.; NEBOT, C. P. Uma Nova Democracia para o Século XXI? Viçosa: S. Martins, 2020. Cap. 8.
MIGUEL, L. F. Gênero e Representação Política. In: BIROLI, F.; MIGUEL, L. F. Feminismo e Política: uma introdução. São Paulo: Boitempo, 2014. Cap. 6.
MIGUEL, L. F. Resgatar a Participação: democracia participativa e representação política no debate contemporâneo. Lua Nova, São Paulo, v.100, 2017. p. 83-118.
MOORE, C. O Marxismo e a Questão Racial: Karl Marx e Friedrich Engels frente ao racismo e à escravidão. Belo Horizonte: Nandyala, 2010.
MOURA, C. Os Quilombos e a Rebelião Negra. São Paulo: Editora Dandara, 2022.
MOURA, C. Rebeliões da Senzala: quilombos, insurreições, guerrilhas. São Paulo: Anita Garibaldi, 2020.
MOURA, C. Sociologia do Negro Brasileiro. São Paulo: Perspectiva, 2019.
NASCIMENTO, A. O Quilombismo. Documentos de uma Militância Pan-Africanista. São Paulo: Perspectiva, 2019.
NASCIMENTO, A. O Genocídio do Negro Brasileiro. São Paulo: Perspectiva, 2016.
NASCIMENTO, F. M. D. Francisca Marleide do Nascimento: entrevista. Entrevistador: Ocleciano de Souza Costa, Horizonte, 07 jul. 2021.
PESSALI, H. F. Nanoelementos da Mesoeconomia: uma economia que não está nos manuais. Curitiba: UFPR, 2015.
PINTO, Céli R. J. Paradoxos da Participação Política da Mulher no Brasil. Revista USP, São Paulo, n.49, mar/mai 2001.
SANTOS, D. M. Os Quilombolas e sua Inserção nas Políticas Públicas: subsídios à discussão da política de ATER quilombola. Revista de Políticas Públicas, vol. 21, n. 2, p. 1019-1043, 2017.
SANTOS, R. E. O Marxismo e a Questão Racial no Brasil: Reflexões Introdutórias. Lutas Sociais, vol. 19, n. 34, p. 100-113, 2015.
SILVA, T. R. D. Tatiana Ramalho da Silva: entrevista. Entrevistador: Ocleciano de Souza Costa, Horizonte, 11 mar. 2022.
SOUZA, J. Como o Racismo Criou o Brasil. Rio de Janeiro: Estação Brasil, 2021.
SOUZA, N. S. Tornar-se Negro. Rio de Janeiro: Zahar, 2021.
SMITH, G. Democratic Innovations: designing instituitions for citizen participation. Nova Iorque: Cambridge University Press, 2009.
VALE, M. D. C. Maria Dasdores Costa do Vale: entrevista. Entrevistador: Ocleciano de Souza Costa, Horizonte, 03 fev. 2022.
VALE, Ryanna C. D. Ryanna Costa do Vale: entrevista. Entrevistador: Ocleciano de Souza Costa, Horizonte, 03 fev. 2022.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Ocleciano de Souza Costa, Keyla Cristina Egashira Mendes de Souza
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a) Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License BY-NC (https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da sua autoria e publicação inicial nesta revista.
b) Esta revista proporciona acesso público a todo o seu conteúdo, uma vez que isso permite uma maior visibilidade e alcance dos trabalhos publicados. Para maiores informações sobre esta abordagem, visite Public Knowledge Project, projeto que desenvolveu este sistema para melhorar a qualidade acadêmica e pública da pesquisa, distribuindo o OJS assim como outros softwares de apoio ao sistema de publicação de acesso público a fontes acadêmicas. Os nomes e endereços de e-mail neste site serão usados exclusivamente para os propósitos da revista, não estando disponíveis para outros fins.