Migração e ergologia
compreendendo o prescrito e o real da atividade migratória
DOI:
https://doi.org/10.23899/relacult.v9i2.2353Palavras-chave:
atividade humana; ergologia; Haiti; migração; psicologia do trabalhoResumo
Este artigo se insere nas discussões feitas a partir da pesquisa em curso intitulada Dinâmicas migratórias dos trabalhadores haitianos em Belo Horizonte: precariedade transnacional, que tem como foco compreender as dinâmicas migratórias de trabalhadores haitianos em Belo Horizonte e região metropolitana, a partir da ideia de uma existência precária tanto no Haiti quanto no país de destino. Nesta escrita objetivamos compreender quais os processos estão envolvidos na passagem do plano da migração para a experiência real de ser migrante a partir da compreensão de que migrar é uma atividade humana. Para isso, articulamos a Ergologia e conceitualizações/experiências de migração que compreendem os deslocamentos como consequência de causas diversas e motivações que não se encerram no sujeito e nem se definem unicamente no nível da fronteira. Ao compreender o projeto migratório como uma atividade, é possível afirmar que há uma atividade prescrita e uma atividade real e, interessa-nos compreender o que acontece nessa distância. O sujeito em mobilidade constantemente renormaliza, buscando saídas individuais e coletivas para criar normas que possibilitem sua existência. Assim, a perspectiva ergológica, ao partir do ponto de vista da atividade humana, oferece-nos uma ampliação na compreensão dos projetos migratórios, possibilitando a compreensão dos impactos psicossociais da experiência de migrar. Tal ampliação pode contribuir para a construção de políticas públicas de acolhimento a migrantes e refugiados ao centralizar condições concretas de existência dos sujeitos migrantes.
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