Antropologia outras e estudos feministas:
alguns apontamentos iniciais
DOI:
https://doi.org/10.23899/relacult.v7i1.2164Palavras-chave:
Feminismo decolonial, Decolonialidade, Gênero, Feminismo ocidentalResumo
O projeto moderno de ciência se pauta na neutralidade para a produção do conhecimento. O feminismo ocidental enquanto teoria é um dos aportes que passa a contestar essa condição, elaborando um discurso político conjugado com o teórico. Dessa forma, o presente artigo dialoga com esse entendimento, pois além de ser epistemológico a ciência também é posicionamento político. No entanto, o trabalho também se baliza sob o entendimento de que há outras categorias de análises que dão conta de outras realidades dos feminismos e estudos de gênero. Aqui apontamos a decolonialidade como proposta de questionamento, ou superação dos limites dos paradigmas epistemológicos ocidentais em que o próprio feminismo eurocentrado se firmou. Dessa forma, a objetivo central do artigo se ancora na possiblidade de fortalecimento do discurso heterogêneo, periférico, anti-normativo, não-biologizante, não dicotômico e não essencialista sobre o gênero, capaz de confrontar para desconstruir qualificadamente as estruturas normativas imperialistas em que os estudos ocidentais se pautaram. O artigo foi construído a partir da análise de uma parte da bibliografia disponibilizada na disciplina “Antropologias Outras”, cursada no ano de 2018, bem como dos debates estabelecidos com os/as colegas naquele período em sala de aula.
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